ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
1º-7-2009.
Ao primeiro dia do mês de julho do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch,
Cirilo Faé, DJ Cassiá, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Pancinha, Juliana Brizola, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher,
Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Toni Proença, Valter Nagelstein
e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 2133, 2222 e
105978/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Trigésima Sexta, Trigésima Sétima, Trigésima
Oitava e Trigésima Nona Sessões Ordinárias e da Quinta Sessão Extraordinária.
Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do Jornalista
Armando Burd e do Fotógrafo Varceli Freitas. Em prosseguimento, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 013/09, discutido pelos
Vereadores Reginaldo Pujol e Carlos Todeschini, e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 114/09, discutido pelo Vereador Adeli Sell. Na oportunidade, o
Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Jornalista Helen
Lopes. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se o Vereador Sebastião Melo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
Vereadores João Antonio Dib e Ervino Besson. Na ocasião, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de nº
029/09, de autoria do Vereador Mauro Pinheiro, hoje, em audiência com o Senhor
Josias Matos de Araújo, Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e
Energia, em Brasília – DF –, e de 048/09, de autoria do Vereador Engenheiro
Comassetto, nos dias trinta de junho, primeiro e dois de julho do corrente, na
21ª Reunião do Conselho das Cidades e seus Comitês Técnicos, em Brasília – DF.
Também, foi apregoado comunicado do Vereador Sebastião Melo, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, informando alteração no período da Licença
para Tratamento de Saúde do Vereador Valter Nagelstein apregoada na
Quinquagésima Nona Sessão Ordinária, o qual passa a ser apenas no dia vinte e
nove de junho do corrente, restando sem efeito quanto aos demais dias. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Alceu Brasinha, Luiz Braz e
Reginaldo Pujol e a Vereadora Sofia Cavedon. Após, foi apregoado o Memorando nº
034/09, de autoria do Vereador Paulinho Ruben Berta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo,
no dia de amanhã, na solenidade de posse do Deputado Paulo Odone na Secretaria
Extraordinária da Copa do Mundo Fifa 2014, às dez horas e trinta minutos, no
Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, em Porto Alegre. Ainda, foi
apregoada a Emenda nº 04, de autoria do Vereador Mauro Zacher, Líder da Bancada
do PDT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/08 (Processo nº 5290/08). Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria
Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Haroldo de
Souza e Pedro Ruas. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Reginaldo
Pujol, solicitando a retirada de tramitação das Emendas nos 01, 02,
03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Resolução nº 020/09 (Processo nº 2784/09).
Em Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 020/09, por vinte e nove
votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo
votado os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Todeschini, Cirilo Faé, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino
Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 093/09,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Dr. Thiago Duarte, Aldacir José Oliboni, Elias Vidal, Tarciso
Flecha Negra, Dr. Raul, Airto Ferronato e DJ Cassiá. Na ocasião, o Vereador
Valter Nagelstein manifestou-se sobre debates promovidos por este Legislativo
acerca de problemas de falta de infra-estrutura enfrentados pela comunidade da
Vila Mauá. Também, o Senhor Presidente informou que seria encaminhado
abaixo-assinado para assinatura dos Senhores Vereadores, referente a propostas
do Governo Federal para compra de ônibus escolares pelo Ministério da Educação.
Às dezesseis horas e cinquenta e dois minutos, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Nelcir
Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero
registrar a presença de Armando Burd, V. Sª nos honra com a sua presença; o
jornalista coordenou brilhantemente o painel sobre a Reforma Política. E quero,
Ver. Adeli - sei que V. Exª divide conosco e com os demais Vereadores esta
opinião -, saudar o Sr. Varceli Freitas, nosso último lambe-lambe. Aliás, Srs.
Vereadores, estamos há um ano tratando na Prefeitura para que haja uma pensão
especial para esse cidadão. E esperamos conseguir, porque muitos nesta Cidade
adquiriam sua pensão especial, e ele é um símbolo da Cidade, um homem que está
doente, está com dificuldade; espero que o Executivo mande para cá, para que o
Legislativo possa apreciar. Seja bem-vindo à nossa Casa!
Solicito a
inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos imediatamente entrar na
discussão preliminar de Pauta.
Em votação o
Requerimento de autoria deste Vereador. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2297/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/09, de autoria da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM, que inclui § 5º no art. 1º e altera
a al. “b” e inclui al. “d” no art. 2º da Lei Complementar nº 554, de 11 de
julho de 2006 – que institui a Autorização para o funcionamento de Atividades
Econômicas no Município de Porto Alegre, dispõe sobre sua aplicação,
expedição,vigência, renovação e cancelamento e dá outras providências –,
exigindo das atividades sujeitas ao Licenciamento Ambiental o Licenciamento
Único ou a Licença de Operação em vigor para a emissão dessa Autorização.
PROC.
Nº 2643/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/09, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, que inclui no Calendário Oficial de Eventos do
Município de Porto Alegre o Sul Bazar, a ser realizado semestralmente, nos
meses de maio e novembro.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e colegas
Vereadores, quero aproveitar esta discussão preliminar de Pauta, porque o Ver.
Valter Nagelstein, nosso colega Líder do Governo, colocou à nossa apreciação um
Projeto de Lei colocando o Sulbazar no Calendário Oficial de Porto Alegre. Eu
tenho uma certa resistência em colocar atividades comerciais no Calendário
Oficial do Município de Porto Alegre, porque acho que vamos ter que abrir o
Calendário Oficial para outras atividades desse quilate. Queria questionar um
pouco, até porque sou um dos maiores críticos dessas feiras que se fazem na
Cidade, muitas vezes são empresas de fora e não têm nenhum diálogo com a
Cidade, não contribuem com a nossa arrecadação tributária. Essas empresas que
às vezes se apresentam nessas feiras são questionáveis sob o ponto de vista da
arrecadação.
Eu tenho ouvido aqui
a Secretaria Municipal da Fazenda se queixar do problema de arrecadação no
Município referente à diminuição de arrecadação do ICMS. E quero dialogar com o
Ver. Valter Nagelstein, inclusive, sobre a feira. Tive o cuidado de não levantar
questionamentos na última que houve, mas quero que a Prefeitura me apresente
quanto, efetivamente,
arrecadamos de ICMS com as chamadas feiras livres. Há Municípios do interior do
Estado que não querem essas feiras, e muitas vezes a própria Justiça acaba dando,
e a Justiça não poderia se meter nisso, porque quem libera feiras é a
Prefeitura. Nós temos que ter uma visão de Montesquieu... Na verdade, parece
que não foi Montesquieu que fez a proposição da diferenciação tão grande entre
os Poderes que nós tivemos numa época, mas hoje isso se confunde, e um quer
tomar o lugar o outro. Legislativo é Legislativo; Executivo é Executivo;
Judiciário tem que cuidar da legislação, tem que cuidar da constitucionalidade,
não pode se meter em questões administrativas ou questões legislativas, e está
se metendo.
Então
eu queria, com toda a tranquilidade... Não é uma objeção de princípio, mas
preciso abrir esse debate porque este Projeto de Lei nos coloca essa questão.
Dias atrás, numa mesa de negociação entre os servidores públicos municipais e a
Prefeitura aqui, eu voltei a insistir nessa questão. Há cinco anos, eu
sistematicamente levanto aqui o problema da diminuição gradativa de arrecadação
de ICMS em Porto Alegre. Isso está mal. Eu não tenho visto, em nenhuma cidade do
Rio Grande do Sul, em nenhuma experiência que acompanhei, quaisquer dessas
feiras - seja no Cais do Porto, seja no Aeroporto velho - darem resultados
positivos para a Cidade. Mas eu sei que a empresa que está aqui em Porto
Alegre, em local fixo, contribui mensalmente com seus tributos, eu sei o nome,
sei o endereço, posso pesquisar pelo CNPJ. Não acredito nesse conto de desconto
de 70%, Ver. DJ Cassiá. Meu caro Ver. Faé, pense bem, essa mágica não pode
funcionar. De desconto demais eu desconfio: ou o sujeito está ganhando,
“metendo a mão”, ou está sonegando imposto.
E
eu citei aqui o exemplo da área de autopeças, eu dei ao Secretário o nome e o
endereço de uma empresa para ser fechada o quanto antes, porque está sem
alvará. Eu sei que o proprietário tira nota daqui para Goiás, e a peça fica
aqui dentro; tira uma nota dizendo que é em Goiás, mas é tirada no escritório
em Porto Alegre. Ele ganha 5%, ou seja, mete a mão no nosso dinheiro. Da
próxima vez, eu vou dar o nome e o endereço da empresa aqui, porque tenho como
provar. Mas a Secretaria da Fazenda não faz nada. Esse tema veio à Comissão de
Direitos Humanos, e a Verª Juliana Brizola, Presidenta da Comissão, já está
encaminhando um debate. Propus que isso fosse para a TVCâmara, mas a Secretaria
da Fazenda não apareceu para fazer o programa. Eu lastimo, mas continuo
defendendo Porto Alegre. Sou da oposição, mas sou daqueles que, para Porto
Alegre, os interesses públicos estão acima de qualquer disputa
político-partidária. E estou aqui para provar isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na discussão
preliminar da Pauta, em 1ª Sessão, há um Projeto da maior relevância. É um
Projeto escrito a várias mãos, tem a sua origem na Comissão de Saúde e Meio
Ambiente da Casa, e sobre ele já fiz alguma discussão preliminar com um dos
seus mais entusiastas idealizadores, que é o Ver. Beto Moesch.
O
Projeto tem uma emenda muito grande, mas, objetivamente, trata-se da inclusão
de parágrafos na Lei Complementar hoje em vigor e que foi objeto da sanção do
Governo Municipal, da S. Exª o Sr. Prefeito Municipal, devidamente publicada,
por conseguinte, em 11 de junho de 2006: a Lei Complementar n° 554 institui
autorização para o funcionamento de atividades econômicas no Município de Porto
Alegre, dispondo sobre sua aplicação, expedição, vigência, renovação e
cancelamento e dá outras providências.
Resumindo,
trata-se de um Alvará Provisório, ou Alvará a Título Precário, tenha lá o nome
que se quiser. O Ver. Dib, nosso decano, sabe que, por muito tempo, esse
procedimento se ocorreu por uma regulação objetiva dada por meio de Decretos,
na ocasião, firmados especialmente pelo Chefe do Executivo e pelo titular da
Secretaria de Produção, Indústria e Comércio, a quem cabe a liberação das
atividades comerciais, de serviços industriais, enfim, atividades econômicas,
atividades produtivas no Município de Porto Alegre.
As
propostas oriundas da proposição da Comissão de Saúde e Meio Ambiente são
fundamentalmente alterações no art. 1° com a inclusão do meu parágrafo 5°, com
a seguinte redação (Lê.): “Tratando-se de atividades sujeitas ao licenciamento
ambiental, a autorização de que trata o caput deste artigo somente será
emitida com o Licenciamento Único ou com a Licença de Operação em seu vigor”. É
óbvio que, bem instruído, o processo juntou aqui à lei o que obviamente nos
remete a ela. O art. 1°, ao que se quer incluir o parágrafo 5°, diz
objetivamente o seguinte (Lê.): “Fica instituída a autorização para o
funcionamento de atividades econômicas no Município de Porto Alegre que se
constitui em Licença Provisória” - licença provisória, estou sublinhando -
“concedida a título precário para o exercício de atividades de natureza
comercial, industrial, de prestação de serviços e afins”.
Eu
quero, Sr. Presidente - vejo que o meu tempo está se esgotando -, acentuar, de
um lado, a importância do Processo, a forma exemplar como ele é proposto, fruto
de uma discussão na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e, de outro, alertar
porque acho que ele não pode reduzir, simplificar em demasia uma proposição que
não é tão simples assim. Parece-me que não são poucas as atividades que
dependem da licença ambiental para receber o seu alvará definitivo, e, em
alguns casos, essa cautela prévia é justificável. Outras atividades - por
exemplo, um bar, um restaurante - precisam de uma licença ambiental também; se
ele depender disso, todo efeito da simplificação que quis se dar, em uma
tentativa de esse criar um clima favorável a uma progressiva adequação das
atividades econômicas do Município de Porto Alegre à legislação, começará a
perder sentido.
Então,
eu me dirijo mais especificamente ao Presidente da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, Ver. Carlos Todeschini, dizendo que nós vamos fazer um bom debate
sobre o assunto, e eu, obviamente, reconheço a relevância da proposta e, por
reconhecer, acho que nós temos que ter muita cautela, muita tranquilidade e
serenidade na sua análise, ajustando-a em alguns aspectos, se for o caso. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos
acompanham nesta Sessão da Câmara de Porto Alegre, este é um papel importante
que exerce a Comissão e que deve exercer este Plenário. Esta iniciativa
legislativa está sendo apresentada pela COSMAM; foi uma proposta do Ver. Beto
Moesch; ela é muito procedente. Nós estamos aqui encaminhando como
contribuição, na seguinte condição: até 2004, as questões de concessão de
alvará, Ver. Reginaldo Pujol, tinham um problema de limitação objetiva, porque
quem estivesse fora do Plano Diretor ou quem tivesse alguma restrição ou uma
não previsão não tinha direito a alvará. O Prefeito Verle, à época - eu falo
porque participei disso -, mais o Secretário Edson Silva instituíram, por meio
de Decreto, o Alvará Provisório. Na sequência, o atual Poder Executivo, chefiado
pelo Prefeito Fogaça, transformou o Decreto em lei. Então, foi um importante
avanço, porque muitas atividades não tinham nunca condição de serem
regularizadas, de funcionarem com alvará, porque havia algum elemento que não
permitia que assim o fizessem.
Então,
o Decreto, depois substituído pela Lei de Concessão de Alvará Provisório,
significou um grande avanço na Cidade, porque a Cidade informal é tão grande ou
maior do que a Cidade formal. Isso foi importante; é, sem dúvida, uma conquista
da Cidade. Eu quero dizer que tenho orgulho de ter participado dessa
construção. Mas nos traz a tempo e de forma importante o Ver Beto Moesch, da
Comissão, que isso também não pode ser ilimitado. E também me alertou para uma
questão importante. Hoje mesmo eu fui ao DEP tratar de um assunto, porque uma
empresa particular, poderosa, gigante, aterrou um terreno, sem licença,
provavelmente lá na Zona Norte, mas tem direito a alvará. A consequência é a
seguinte: o posto de saúde, que tinha meio metro de alagamento, agora tem um
metro. Então, isso não pode acontecer nesse tipo de atividade que, entendo,
está sendo proposta a tempo pela Comissão, uma regulamentação desta matéria.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, é uma pauta que
tem sido recorrente tanto no Plenário como na Comissão de Saúde e Meio
Ambiente. Vossa Excelência colocou muito bem: o Alvará Provisório é
fundamental, principalmente para aquelas atividades que há muito tempo estão
funcionando na Cidade, mas que não foram formalizadas. Então, dá-se o alvará
para que elas possam funcionar e para que, paralelamente a isso, consigam a sua
regularização. O problema é que essa lei, que está sendo agora aprimorada,
ampliou de tal maneira, que até mesmo empreendimentos que ainda não existem,
grandes empreendimentos que necessitam de vias, de várias...
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Estudo
de Viabilidade Urbanística.
O
Sr. Beto Moesch: ...
várias contrapartidas, passaram a funcionar apenas com Alvará Provisório.
Então, houve um exagero, houve uma expansão que acabou trazendo problemas
graves, sendo que um deles foi a própria inauguração do Carrefour, que se deu
com Alvará Provisório, sem essas medidas necessárias, algo que só com todas as
autorizações de todas as Secretarias seria possível.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Perfeito.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero discordar de que o Alvará
Provisório dê margem a isso que o Ver. Beto Moesch está colocando. O Alvará
Provisório é garantido hoje por lei. Havia uma Instrução Normativa da minha
época, seguida pelo Secretário Cecchim, e não é culpa do Alvará Provisório os
problemas que nós temos no setor ambiental. Não é culpa do Alvará Provisório!
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado
pela contribuição, Ver. Adeli, mas nós precisamos, sobretudo, disciplinar a
matéria, porque não pode ficar ilimitado, isso é um fato.
Eu
presenciei, no dia de hoje, uma situação, Ver. Adeli, que causa impacto
prejudicando não só à vizinhança, mas toda a coletividade, que é o impacto
causado ao posto de saúde da Vila Nossa Senhora Aparecida. Portanto, creio que
precisamos aprofundar o debate e contribuir de forma a aperfeiçoar a lei,
porque ela é importante, sim, ela é muito importante para o Município de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está
encerrada a Pauta.
Eu
solicito ao Ver. Adeli Sell que assuma a presidência dos trabalhos, para que
este Presidente faça um rápido balanço das atividades do semestre.
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Tempo de Presidente.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado
Presidente dos trabalhos, Vice-Presidente da Casa, Ver. Adeli Sell; tenho vindo
restritamente a esta tribuna, mas entendi, meus colegas Vereadores, que era
importante, ao final de um semestre muito produtivo nesta Casa, dividir com
vocês uma gestão que tem sido muito plural. E quero começar agradecendo aos
meus colegas de Mesa, Vereadores que têm sido parceiros inseparáveis desta
gestão. Quero estender os cumprimentos ao Colégio de Líderes - diga-se de
passagem, todas as segundas-feiras, durante este semestre, inclusive no recesso
parlamentar, não houve uma segunda em que não tenhamos começado a reunião às 9h
e terminado às 13h, decidindo temas importantíssimos para a nossa cidade de
Porto Alegre. De resto, quero estender esta saudação, além dos Líderes, a todos
os demais Vereadores, porque eles contribuíram, de forma direta ou indireta, para
os avanços que a Casa vem fazendo.
Eu
vivi o final da ditadura, intensamente, para construir a democracia neste País.
Quero dizer que o Brasil acertou. O caminho que nós adotamos é o caminho
democrático. E, hoje, vejo pesar sobre o Legislativo, sobre os ombros do
Legislativo, todas as mazelas que o Brasil tem. E isso está absolutamente
errado. Quero dizer, meu colegas, que esta Casa, com certeza, tem erros. Muitos
acertos e alguns erros. Mas uma coisa que não tem nesta Casa, que não pesa
contra ela, nem na nossa gestão e nem nas anteriores, é qualquer tipo de
escândalo. Eu quero afirmar primeiramente essa questão, porque aqui nós
trabalhamos com um rigorismo enorme e com uma transparência acima da média e
que exige muito do gestor público. Tentar desconstituir o Legislativo é tentar
desconstituir a democracia. E democracia a gente só faz com mais democracia, e
não desconstituindo o seu pilar fundamental, que é a democracia representativa.
Se conseguimos avanços nesta Casa, nós conseguimos, como disse antes, porque
todas as Bancadas têm dividido responsabilidades, porque os Diretores e os
funcionários desta Casa têm sido parceiros.
Se
me permitem, tivemos, só neste semestre, 111 Projetos aprovados nesta Casa. E
posso citar aqui alguns deles: o Pontal do Estaleiro, o Programa de Incentivo à
Doação de Medula Óssea, o Portal Transparência da Administração Pública
Municipal, a Agência Municipal Inovapoa, a Operação Consorciada e a Operação
Consorciada Lomba do Pinheiro. O Plano Cicloviário passou por esta Casa e
recebeu contribuições. Eu poderia dizer do Projeto que aprovou por unanimidade
as 29, 30 Áreas de Interesse Social para fazer um dos desafios maiores desta
Cidade, que é a regularização fundiária. Cito a Lei de Incentivo às Artes, que
foi aprovada aqui, de autoria do Ver. Haroldo e outros; a Secretaria
Extraordinária da Copa, proporcionando que esta Cidade pudesse ter uma
Secretaria, passou por esta Casa; a Usina das Artes; o tratamento diferenciado
às microempresas, empresas de pequeno porte e empreendimentos de economia
popular solidária.
Eu
poderia aqui dizer de tantos outros Projetos, e também, senhores, até o momento
a Casa produziu dez Audiências Públicas. Ontem, Verª Sofia, V. Exª estava lá, o
Ver. Pancinha estava lá, com o salão lotado, das 19h às 22h30min, aproximando o
Legislativo da sociedade, proporcionamos uma Audiência Pública para discutirmos
o Socioambiental. Tivemos aqui Audiências sobre a questão do índio, sobre a
questão do Simpa, sobre a questão da Associação do Arquipélago, com os moradores
do bairro Arquipélago; outra que ouviu a comissão de moradores do bairro São
Geraldo, uma Audiência concorridíssima proposta pela comunidade, subscrita pelo
Ver. Mauro Zacher. Eu poderia falar, Paulinho Ruben Berta, da Audiência Pública
realizada lá no seu bairro; eu poderia falar da iniciativa inédita que esta
Casa teve de fazer com a Câmara de Guaíba uma Audiência para tratar um dos
temas mais desafiadores, que é a mobilidade urbana na grande Porto Alegre -
iniciativa inédita desta Casa. Eu posso também falar - porque esta é a
responsabilidade de todos os Vereadores - que nesta semana, além dessa
Audiência Pública, na quinta-feira estaremos tratando da Audiência Pública do
Vaqueanos da Tradição e, no sábado, às 14 horas, Verª Maria, estaremos na Vila Dique/Nazaré,
para uma outra grande e concorrida Audiência Pública. Isso aproxima a Câmara da
Cidade.
Eu
quero, se me permitem, Srs. Vereadores, ainda deixar registrado nos anais desta
Casa que houve 62 reuniões para tratar da tramitação de Projetos nas Comissões
Permanentes. Houve 90 reuniões para tratar de temas que não são Projetos de
Leis, mas que são temas desafiadores desta Cidade, tratando de matérias desde
despejo, posto de saúde, cumprimento das obras do Orçamento Participativo,
servidores municipais e tantos outros temas. E V. Exª, Presidente Dib, aceitou a incumbência
de presidir a Comissão que trata do Plano Diretor, e a Casa democraticamente
escolheu cinco Relatores. Nós começamos a trabalhar no dia 1º de janeiro,
quando tomamos posse, e passamos o mês de janeiro inteiro constituindo essa
Comissão e instalando-a no primeiro dia que a Casa se instalou os seus
trabalhos legislativos. Isso permitiu que avançássemos, os Relatórios foram
encaminhados, e no mês de outubro vamos votar a revisão do Plano Diretor.
Portanto, quero cumprimentar V. Exª, quero cumprimentar todos os Relatores
Temáticos. Maduramente esta Casa fez mudanças, porque uma Casa Legislativa não
é uma indústria de leis, ela tem de ser propositiva, ela tem de ser
fiscalizatória, ela tem de ter uma agenda aglutinadora - nas quintas-feiras
temos enfrentado temas municipais, temas regionais, temas nacionais e vamos
fechar, amanhã, com um grande tema: vamos debater a questão do crack,
essa mazela que atinge a sociedade mundial, brasileira, rio-grandense e
porto-alegrense.
Quantas
audiências informais, meus colegas Vereadores, todos os senhores levaram à
Presidência da Casa? Por exemplo, para tratar do Hospital Beneficência
Portuguesa, para tratar do ENEM, para tratar de um evento enorme que vai
acontecer nesta Cidade, que é o Campeonato Master - com relação ao qual havia
problema, sim, Ver. Adeli, e nós intermediamos. Eu poderia desfilar aqui
dezenas de reuniões. Meus colegas de Mesa diziam: “Para! Chega de reuniões!” E
eu dizia: “Não. Isto é importante para a Cidade. Vamos convidar todos e os que
puderem participar, e os que não estão aqui não é porque não estão trabalhando,
é porque estão em outras atividades.” Também preciso dizer que esta Casa
caminha a passos largos a consolidar legislações, a extirpar legislações
inócuas, a criar dispositivos de forma que projetos autorizativos não tramitem
mais nesta Casa, para que a isenção do transporte coletivo não seja dada de
qualquer forma. E isso é muito importante, porque desde 1946 esta Casa não
enxugava a sua legislação. Penso que também é responsabilidade nossa
trabalharmos dessa forma.
Quero
fazer um destaque muito especial à nossa Escola Legislativa, à Diretora e aos
seus funcionários. Ela é pequena no tamanho, mas grande nas suas ações. Quero
citar para os senhores que um dos cursos mais importantes que tivemos aqui foi o curso
de Direito Urbano Ambiental, Ver. Toni Proença, V. Exª é testemunha disso,
participou desse curso. A questão orçamentária, a crise econômica mundial, os
20 anos do Orçamento Participativo - foram temas extraordinários trazidos pela
Escola do Legislativo.
Agora, neste momento, está ocorrendo nesta Casa um
dos debates mais ricos, que tem tido a participação de 200, 250 pessoas - nós
fizemos três debates e faremos mais dois -, que é o Ciclo de Debates sobre
Reforma Política; um dos temas mais importantes deste País, com o qual todo
mundo concorda, mas que não sai do papel. E esta Casa vai editar, inclusive,
esses profundos debates, para colaborar com uma matéria tão importante.
Quero dizer aos senhores que esta Casa, Verª Maria
- V. Exª antecedeu este Presidente -, teve um surto de obras físicas
necessárias. Vossa Excelência lançou muitas dessas pedras, e a Presidência
atual concluiu, o que foi traduzido em salas dignas para as Comissões, para que
as pessoas possam participar, Verª Juliana. Antes, tínhamos que escolher quem
participaria da reunião porque salas eram uns cubículos, Ver. Luiz Braz. Hoje
há salas dignas, e quem ganha com isso é a população. Temos um Memorial reformado,
um Telecentro funcionando para dezenas de jovens que ali estão diariamente.
Agora estamos em fase de conclusão de uma outra obra: desde que entrei nesta
Casa, a Regina e outras taquígrafas diziam que não conseguiam mais trabalhar
naquele local da forma como estava. Dentro de alguns dias estaremos inaugurando
uma extraordinária sala nova, que é o local da Taquigrafia. Podemos dizer que,
se depender do esforço da Mesa Diretora e dos Líderes de Bancada, dos
Vereadores, neste ano há de estar pronta a reforma do nosso restaurante, a
sinalização da Casa como um todo e outras obras físicas importantes, que
qualificam o trabalho dos Vereadores.
Quero dizer também que o nosso setor administrativo
teve várias contribuições: esta Casa, no ano passado, devolveu dois milhões de
reais do seu Orçamento, sem pedir suplementação ao Prefeito. Neste ano pagamos
todos os precatórios que a Casa tinha; todos os precatórios dos aposentados que
havia nesta Casa, que tinham demanda na Justiça e que ganharam na Justiça. E isso
só foi possível sabem por que, Srs. Vereadores? Porque, ante tantos apertos,
quero dividir com cada um de
vocês - quando se olha, espiando aqui e acolá, que o Senado dá passagem, que o
Senado nomeia, secretamente, os assessores, numa reunião coletiva -, nós vamos
dar a nossa contribuição e reduzir - além do que tinha sido reduzido no ano
passado - 30% das nossas cotas, dando uma demonstração grandiosa de homens
públicos. E eu quero cumprimentar o gesto de cada um dos senhores.
Também
quero destacar que a nossa Ouvidoria teve um extraordinário Ouvidor, que foi
João Dib, que agora transferiu a função para um outro extraordinário Ouvidor,
que é o nosso querido Ver. Reginaldo Pujol. Teremos, agora, a Ouvidoria Móvel,
e já determinamos a compra dos equipamentos necessários. Essa Ouvidoria Móvel
já estreou no Dia da Solidariedade, precariamente, mas agora irá andar por toda
a nossa Cidade, porque a Câmara tem que estar onde o povo está. Portanto, a
Ouvidoria e o “Fale com o Vereador”, do Mercado Público, receberam e vão
receber mais qualificações. A nossa TVCâmara criou o “Fale com o Vereador”, que
é um programa muito importante para que o Vereador converse e se aproxime da
Cidade. A nossa TVCâmara transmitiu, ao vivo, as principais Sessões desta Casa,
negociando com a Assembleia o seu espaço; e está de volta com o programa
“Pergunte ao Vereador”. O novo site da Câmara permite que os Vereadores
coloquem as suas notícias.
Hoje
todos os jornalistas recebem torpedos informando as votações desta Casa;
instantaneamente, quando se vota aqui nesta Casa, eles recebem a comunicação
dos Projetos que foram votados. A Rádio Câmara tem hoje milhares de
radiouvintes. E nós estaremos implementando aqui, logo em seguida, uma
reformulação do plenário, dando mais condições à nossa Rádio Câmara.
Por
isso, meus colegas Vereadores, eu me senti na obrigação, no dever, em nome de
todos os senhores, de dizer que me tem honrado muito esta Administração. Eu
acho que o acerto da gestão desta Casa só foi possível se realizar porque há,
em primeiro lugar, um acerto político, porque é uma Administração que respeita
os colegas e os funcionários e divide as tarefas com todos. Tudo isso não foi o
Melo que fez; fomos nós que fizemos! Em segundo lugar, há uma pluralidade. As
nossas diferenças devem existir para nos qualificar, e não para nos espedaçar.
Essas diferenças precisam ser administradas no Parlamento, porque isso é da
regra essencial do Parlamento. Por isso quero encerrar este semestre dizendo...
E me informa o Tonico que se encontra aqui a Camila, que trabalhou
conosco como estagiária e que hoje está no jornal Correio do Povo. Obrigado
pela sua presença.
Honra-nos muito, ao encerrar este semestre, dizer
que o nosso Legislativo correspondeu, porque vejo em cada um dos senhores um
esforço diário. Às vezes alguém critica dizendo que o Plenário está
conversando, mas me permitam dizer que os Vereadores aqui falam para tratar de
interesses do povo. Muitas vezes é uma votação que se aproxima. E, quando o
Vereador não está neste plenário, é porque a função do Vereador não é só estar
em plenário: é estar numa Comissão, é estar numa audiência com o Prefeito, é
estar na universidade, é estar na Esquina Democrática, isso é do exercício
parlamentar! A vida de um Parlamentar não se resume só ao plenário do
Legislativo. Por isso meus cumprimentos a cada um. A Câmara Municipal não vai
entrar em recesso, Ver. Adeli Sell. A Câmara vai para um momento de reflexão
maior e de mais trabalho, quando os Vereadores vão andar mais pela Cidade. E
aqueles que estão envolvidos com o Plano Diretor vão ter um espaço maior ainda
para trabalhar esse tema importante.
Portanto, quero encerrar dizendo que, com toda a
certeza, esta Casa avançou muito a cada momento do seu tempo e da sua época. E,
quando olhamos por aí e enxergamos tudo o que está havendo, especialmente no
Parlamento Federal, eu diria que esta Casa merece muito aplauso. Além de estar
próxima à população, ela tem correspondido às expectativas do povo. Muito
obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, colegas Vereadores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ouvimos,
assim, a palavra do Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, que, no
Tempo de Presidente, fez um balanço do primeiro semestre do ano.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder. O Ver. João Dib hoje está estreando suas novas bengalas
para ir até a tribuna. Parabéns, Ver. João Dib. (Palmas.)
Peço ao Ver. Sebastião Melo que reassuma a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu quero cumprimentar o
Presidente Sebastião Melo pelo seu excelente trabalho nesta Casa, pelo seu
idealismo, pela sua dedicação. No tempo que aqui estou, com tranquilidade,
posso dizer que V. Exª é um dos melhores Presidentes que tivemos.
Mas,
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu entendo e
afirmo sempre que o homem público deve ter sensibilidade e capacidade de
respostas. E também afirmo que deve ter coerência. Por isso fiz questão de
estar nesta tribuna, olhando, simbolicamente, para o Executivo, que está lá.
Apenas simbolicamente, mas eu estou olhando para lá. Vou requerer a V. Exª, Sr.
Presidente, que convide amanhã o Executivo Municipal para assistir à
promulgação que V. Exª fará da lei sobre a qual o Executivo silenciou. Aí
faltou sensibilidade, faltou capacidade de resposta. A mesma sensibilidade e a
mesma capacidade de resposta que faltaram para avaliar o problema do Estaleiro.
O Executivo não teve nenhuma sensibilidade, não soube fazer.
Mas
eu também disse que um homem público deve ter coerência. E há exatamente seis
anos eu assomei a esta tribuna como Presidente desta Casa e disse que o
Executivo Municipal não poderia deixar de pagar a bimestralidade, porque tinha
recursos. E fiz isso com provas e com a aprovação da Comissão de Justiça, que
analisou as provas que eu apresentei. Hoje volto à tribuna para dizer a mesma
coisa. O Executivo tem que pagar os 5,53% aos servidores municipais. Não tem
razão para não pagar! Não tem razão para não pagar! (Palmas.) Eu acompanho as
contas do Executivo, sim; tenho todas elas. Vejam: em janeiro, no ano passado,
arrecadou 339 milhões de reais, neste ano arrecadou 352 milhões; em fevereiro,
no ano passado, foram 206 milhões e, neste ano, 207 milhões, houve muitos
feriados; em março, no ano passado, foram 203 milhões e, neste ano, 235
milhões; em abril, no ano passado, foram 255 milhões e, neste ano, 224 milhões
- e aí eu me assustei e fui honesto, quando disse que havia o ICMS diminuído em
mais de 20 milhões de reais. Em maio, no ano passado, foram 223 milhões e,
neste ano, 248 milhões neste ano.
Agora,
isso poderia ser um número qualquer, poderia ser uma ideia de um Vereador
maluco que está aí dizendo que o Executivo pode e deve pagar aos seus
servidores, que ele não pode, com um Decreto, transgredir a lei. Com o seu
Decreto, o Executivo se colocou acima da lei e não respondeu ao ofício deste
Vereador, que mandou a três Secretários, que poderiam ter respondido; seria
capacidade de resposta, seria sensibilidade, o que não há.
E
eu quero dizer mais ainda quanto à arrecadação: no ano passado o DMAE arrecadou
12% menos da previsão, neste ano está exatamente dentro da previsão. Portanto,
há melhoras na Prefeitura. Sobre essa história de que o IPI foi dispensado para
automóveis, refrigeradores, fogões, etc. e tal, forçosamente isso vai trazer
mais ICMS, e a Prefeitura deve pagar aos seus servidores e não pode parcelar! E
digo também por quê. No ano passado a receita total até o mês de maio era de 1
bilhão, 228 milhões e 878 mil reais; neste ano é de 1 bilhão, 268 milhões e 21
mil. São 40 milhões a mais, é verdade. Só que, no ano passado, no período de
janeiro a maio, a Prefeitura tinha empenhado 1 bilhão e 181 milhões em números
redondos, o que vale dizer que sobravam em caixa 47 milhões. Pois este ano, de
janeiro a maio, a Prefeitura empenhou 1 bilhão e 29 milhões; há em caixa,
portanto, 238 milhões. Claro que, daqui para frente, a receita da Prefeitura
aumenta, e o mês de dezembro é o dobro de quase todos os outros meses. Então,
não tem por que parcelar o aumento de salário dos servidores. Os servidores
trabalham e devem receber.
E é com a mesma coerência que eu estive aqui dizendo
- e depois o Tribunal de Contas confirmou - que não podia ser interrompida a
bimestralidade! Eu não inventei os números, não permiti que os números fossem
falseados. O Prefeito, à época, deu um número para os servidores que não era
real, e os servidores, desconhecendo a máquina, aceitaram. Mas eu usei os
números corretos e provei, e o Tribunal de Contas, quando fez a aprovação das
contas da Prefeitura - eu recebi uma cópia -, aprovou as contas e disse, com
todas as letras, que em nenhum momento o limite prudencial para os salários
havia sido atingido. Por isso a Prefeitura nunca teve a atenção chamada. Mesmo
não tendo recebido nenhum aviso do Tribunal de Contas, cortara a
bimestralidade. A Câmara, sob a minha presidência, continuou pagando, e,
depois, a Verª Margarete Moraes, que me substituiu, continuou pagando e só
podia fazer a mesma coisa.
Portanto, hoje eu fiz questão de olhar para aquele
lado onde está a Prefeitura, onde está o Executivo, porque, se eu falasse ali
sentado, eu estaria de costas para o Executivo e eu não estou de costas para o
Executivo, eu quero apoiar tudo que for bom que vier de lá! Mas eu quero
responsabilidade, eu quero seriedade e quero destemor, porque, quando se fazem
as coisas certas, não precisa ter medo de ninguém! Apenas devem ser feitas! E
eu registro a minha tristeza - repito! - pela omissão do Executivo, quando não
soube avaliar os anseios da população porto-alegrense. Eu acho que havia um
número muito maior de pessoas querendo silêncio do que aquelas que não queriam
o Pontal do Estaleiro! Sensibilidade política e capacidade de resposta são
essenciais e faltaram. Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, quero saudar todos. Quero agradecer aqui, de uma forma muito
especial, muito carinhosa, à Verª Juliana Brizola, minha companheira de
Partido, que me cedeu o seu tempo de Liderança para que eu falasse neste
momento em nome do meu Partido. Portanto, falo em nome da Juliana, em nome do
Ver. Tarciso, do Ver. Mauro Zacher, que é o nosso Líder, e do Ver. Dr. Thiago.
Meu
caro Presidente, Ver. Sebastião Melo, no ano passado, quando não me reelegi
Vereador titular desta Casa, falei com vários Vereadores, sugerindo um nome
para Presidente - não com isso denegrindo o mandato de outros Presidentes, como
o Ver. Luiz Braz, o Ver. Dr. Goulart, a Verª Maria Celeste, a Verª Margarete
Moraes, o Ver. Elói Guimarães e outros, Vereadores que fizeram um
extraordinário trabalho nesta Casa. Como fiz parte da Mesa Diretora, sugeri aos
nobres Vereadores que reconduzissem o Presidente Sebastião Melo pelo menos por
mais um ano de mandato, para o bem da Cidade e para o bem da Câmara Municipal.
Nenhum
dos Srs. Vereadores e das Vereadoras a quem coloquei essa ideia, Ver. Luiz
Braz, foi contrário à minha sugestão. Eu era terceiro Suplente, não sabia que
continuaria ocupando uma cadeira na Câmara Municipal, mas estou aqui hoje, como
já disse, graças ao meu Partido e graças ao Prefeito Municipal. Quero dizer que
um ano é muito pouco para um Vereador presidir esta Casa, um ano passa muito
rápido. Mas os Vereadores tiveram a grandeza de reeleger para mais um período,
para mais um ano o Ver. Sebastião Melo. Neste momento, no meu último
pronunciamento deste primeiro semestre, quero aqui, de público, agradecer a
todos os Vereadores. Conversei com vários deles para que repensassem e
reconduzissem o Ver. Sebastião Melo à presidência por mais um ano. E aconteceu:
os Vereadores, juntamente com a Mesa Diretora, reconduziram o Ver. Sebastião
Melo à presidência da Casa por mais um ano.
Várias
coisas aqui aconteceram, como o seminário da PUC, com representatividade de
praticamente todos os segmentos da nossa Cidade. Foi um seminário que teve uma
grande repercussão, e, de tudo aquilo que foi dito, muitas ideias hoje estão
sendo colocadas em prática na Cidade para a Cidade que queremos no futuro, a
nossa querida Porto Alegre.
De
forma democrática, quero, mais uma vez, pedir que não levem para o lado da
crítica. Não estou aqui criticando nenhum dos Presidentes que assumiram esta
Casa, longe disso! Não sou uma pessoa que faça esse tipo de consideração, Ver.
Tessaro, porque todos prestaram um extraordinário trabalho na Câmara Municipal
de Porto Alegre. Mas o Ver. Sebastião Melo presidiu, de uma forma democrática,
de uma forma transparente, todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa.
Sobre
a sala das Comissões: temos seis Comissões nesta Casa, das quais todos os
Vereadores participam, Ver. João Antonio Dib. Muitas pessoas, quando vinham
aqui trazer suas reivindicações, não podiam sentar, porque as salas eram
pequenas. Por uma iniciativa do Presidente e de sua Mesa Diretora, hoje temos
condições de receber a nossa população. Nós somos a Casa do Povo, e o povo,
quando procura os Vereadores, tem de ser recebido com condições mínimas de
dignidade, Ver. Dr. Raul, de forma adequada, não ficando de pé, pelo menos
podendo acompanhar as reuniões de uma forma mais tranquila, num local maior e
mais adequado.
Sobre
a nossa TVCâmara: também quero aqui reconhecer o trabalho da TVCâmara - da
Assessoria e de toda a equipe da TVCâmara -, pela forma transparente, dividindo
os tempos, dando oportunidade para que todos os Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras levem ao conhecimento da população o seu trabalho - importantíssimo,
pela pluralidade como a Câmara está sendo administrada; acho que temos que
reconhecer isso. Como já disse, o mundo hoje não tem mais lugar para pessoas
que pensam ou agem de forma diferente. Tem que haver união entre os Partidos,
tem que haver harmonia, respeito a todos os segmentos e doutrinas partidárias,
porque todos temos um Partido e uma doutrina partidária. Mas, em alguns
momentos, temos que ver o melhor para a Cidade, o melhor para a nossa
população.
Quero
aqui, meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo, parabenizar Vossa Excelência. E
parabenizo a Mesa Diretora e todos os 36 Vereadores e Vereadoras que tiveram a
grandeza de reconduzir V. Exª como Presidente da Casa, porque quem ganha com
isso são todos os 36 Vereadores e a nossa querida Porto Alegre. Muito obrigado,
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Agradeço ao Ver. Ervino as palavras.
Apregoo
representação do Ver. Mauro Pinheiro na reunião do Ministério de Minas e
Energia, dia 1º de julho de 2009, em Brasília, Distrito Federal.
Apregoo
representação do Ver. Engenheiro Comassetto, sem ônus para a Casa, na 21ª
Reunião do Conselho das Cidades e seus Comitês Técnicos, dias 30 de junho, 1º e
02 de julho de 2009, em Brasília.
Apregoo
redução de Licença do Ver. Valter Nagelstein. Na Sessão Ordinária do dia 26 de
junho, foi apregoada Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. Valter
Nagelstein, válida do dia 29 de junho ao dia 03 de julho de 2009. Com o retorno
do Vereador ao exercício do mandato no dia 30 de junho, registro que a citada
Licença foi válida apenas para o dia 29 de junho.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu venho a esta tribuna para louvar e dizer, merecidamente, que o Presidente
Sebastião Melo vem fazendo um trabalho importantíssimo e digno como Presidente
desta Casa.
Sr.
Presidente, logo que o Projeto deste Vereador voltou, e foram mais de cinco
anos, tivemos “n” debates, “n” discussões, e o senhor imediatamente marcou o
dia e hora em que será promulgada essa lei. Parabéns, Sr. Presidente. Eu falei
com V. Exª há poucos dias, quando estava ao lado do Presidente Lula, e ali foi
mostrada sua grandeza de Presidente da Câmara. É quase impossível termos outra
foto de outro Presidente da Câmara ao lado do Presidente Lula. Eu fiquei muito
honrado com a foto do Presidente Sebastião Melo, fiquei muito satisfeito, meus
colegas do PTB, Ver. Marcello Chiodo, Ver. Cirilo, Ver. DJ Cassiá, Ver. Nelcir Tessaro e meu querido
Líder, Ver. Nilo Santos. Quando vi o Presidente sentando ao lado do Senador
Paulo Paim e abraçando, depois, o Presidente, aquele ato me engrandeceu mais
como Vereador desta Casa.
Mas
também, Presidente, quero falar a respeito de um jornalista que disse que o Projeto
não foi debatido, Ver. Bernardino. Vossa Excelência sabe o quanto foi debatido
o Projeto, ficou quase cinco anos em discussão. Tivemos Audiências Públicas,
estivemos nas rádios, nas televisões, em associações. Esse jornalista eu acho
que está mal informado. Se viesse a esta Casa, ele veria por quanto tempo
tramitou este Projeto, que prolonga o horário de funcionamento dos restaurantes
e bares. Ele não falou o correto, porque, se tivesse falado, deveria vir aqui e
buscar o que foi debatido. Quantos Vereadores tiveram a oportunidade de debater
esse assunto - e intensamente -, e chega um jornalista e diz que o Projeto não
foi debatido com a comunidade, não foi debatido com a sociedade! Acho que esse
jornalista está por fora, não olhou. Se quisesse, poderia pegar as Atas desta
Casa, porque tivemos “n” debates. Quantas vezes o Projeto ficou pronto para ser
votado e quantas vezes foi adiado para ser mais debatido com a sociedade? E aí
vem um jornalista dar essa opinião - porque ele tem um microfone, uma televisão
e fica fazendo isso.
Quero
dizer para ele que certamente eu, Ver. Bernardino Vendruscolo, andei muito
nesta Cidade, e ando, e debati muito o Projeto. Porque o cara ser um pequeno
empresário é quase impossível, Ver. Mauro Zacher; se fosse fácil, todo mundo
seria empresário! Para ser empresário hoje tu matas dois leões num dia e deixa
dois olhando para ti no outro dia. E, no dia seguinte, há quatro juntos,
novamente, Ver. Aldacir José Oliboni, Ver. Adeli Sell.
Então,
em nome dos meus companheiros, que foram favoráveis ao Projeto, quero dizer da
grandeza do Presidente Sebastião Melo, que amanhã, às 13h30min, estará
promulgando com a assinatura este Projeto, que tanto foi debatido. Mas esse
jornalista deve buscar informações mais corretas, eu não estou mentindo,
ninguém está mentindo, foram cinco anos debatendo o Projeto! Será que foi
pouco? Será que queriam mais tempo ainda? Querem a mesma coisa que acontece lá
na Câmara Federal, em que há 14 anos debatem e não conseguem votar? Quero pedir
que os senhores se informarem mais, porque este Vereador, por mais humilde que
seja, não está falando nenhuma mentira, está falando a verdade! O senhor deve
se informar mais, Sr. Mota.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores. Presidente Sebastião Melo, nós estamos hoje vivendo a
penúltima Sessão do primeiro semestre, antes do recesso, muito embora, é claro,
agora eu acho que a sociedade já começa a entender melhor o que é o recesso. O
recesso não representa as férias dos Vereadores, o recesso representa apenas
que existe uma paralisação no plenário com relação aos projetos mais
importantes, mas os Vereadores continuam em ação, em atividades absolutamente
normais. Inclusive, uma das Comissões, que é a do Plano Diretor, não vai parar
nem mesmo no recesso; ela continuará.
Mas
eu também quero cumprimentar V. Exª, Ver. Sebastião Melo, pois, com toda
certeza, fez um primeiro mandato muito bom como Presidente desta Casa e agora
termina o primeiro semestre realmente dando grandes exemplos de como os
Legislativos podem ser administrados para se integrarem com a sociedade, de
como podemos fazer um trabalho profícuo, sem exclusões. Porque o que V. Exª tem
feito, e tem feito com maestria, é agrupar todos os Vereadores e todos os
Partidos, para que possamos estar juntos fazendo um trabalho em prol da
sociedade. Cumprimento V. Exª com relação a isso.
Até
por isso mesmo, Ver. Sebastião Melo, e aproveitando que o Ver. João Antonio Dib
está presente, quero manifestar uma preocupação. Sei que V. Exª, juntamente com
o Ver. João Antonio Dib e as Lideranças da Casa, manifestou o desejo de que o
Plano Diretor seja votado no mês de outubro. Existe uma determinação, tanto por
parte do Ver. João Antonio Dib, como também de V. Exª, de que, quando chegar o
mês de outubro, tudo será paralisado para que se vote o Plano Diretor. Eu tenho
a impressão, Ver. Reginaldo Pujol, de que nós, por causa da exiguidade do tempo
- vejam que estamos hoje no primeiro ano de um novo mandato, com muitos novos
Vereadores que estão agora entrando em contato com o Plano Diretor -, poderemos
chegar ao mês de outubro sem as condições necessárias de votá-lo. Nós temos
ainda as discussões em meio caminho.
Ver.
João Antonio Dib, as Áreas de Interesse Cultural, por exemplo, não estão
absolutamente em nada decididas. Eu desafio aqui a maior parte dos Vereadores
da Câmara a dar uma opinião definitiva a respeito das Áreas de Interesse
Cultural ou daquilo que nós podemos fazer com todas elas. Existe uma proposta,
do ano passado, que é aquela da ambiência, e depois uma Emenda que entrou, da
Comissão que era pertinente a essa Área de Interesse Cultural, dizendo que
daria tratamento a 34 daquelas áreas, deixando as outras praticamente sem
solução. Até agora eu não conheço nenhum proposta que realmente possa dar um
norte para nós nessa que é realmente uma das discussões mais importantes com relação
às Áreas de Interesse Cultural. Fecharmos questão como foi fechada a questão
com relação ao mês de outubro para votarmos o Plano Diretor, dizendo “Para tudo
e vota em outubro”... Eu acho que deveria ser diferente, Ver. Adeli: “Vamos
tentar fazer o possível para, quando chegar outubro, nós todos estarmos em
condições de votar o Plano Diretor”.
Imaginem
que chegue outubro, e só porque marcamos uma data nós vamos votar! Nós temos
obrigação com essa Revisão, mas para que ela produza um Plano Diretor melhor do
que o que nós temos na atualidade. Produzir uma Revisão que não vá trazer as
alterações que nós queremos, dando qualidade para o Plano Diretor, eu acho que
nós não estamos prestando um bom serviço e eu acho que essa não é a vontade de
nenhum de nós. E não vai fazer com que o Vereador seja melhor Vereador ou pior
Vereador dizer que “tem que ser no mês de outubro”! Podemos estar cometendo uma
demasia marcando a data do mês de outubro para a votação do Plano Diretor.
Então, que o Ver. João Dib, que tem colaborado tanto com toda a Cidade, repense
essa data definitiva, do mês de outubro, como limite para votarmos o Plano
Diretor. Acho que nós devemos o votar quando estivermos prontos, todos nós
conhecendo aquilo que queremos fazer e sabendo que as alterações que vamos
votar vão trazer qualidade para o Plano Diretor, para que essa Revisão do Plano
Diretor seja feita em benefício ao conjunto da Cidade, e que não traga mais
problemas ainda do que ele já trouxe para todos nós.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o pronunciamento
feito anteriormente pelo Ver. Luiz Braz até justificaria que eu mudasse a minha
opção no enfrentamento do tema que pretendo apresentar nesta tarde. Mas quero
cumprimentá-lo, V.Exª fez um belo pronunciamento, sobre o qual esta Casa,
seguramente, vai ter que refletir. De outro ponto, Vereador, eu sei que V. Exª
vai concordar comigo, porque o assunto que vou enfocar agora tem relevância,
além da Casa, para toda a comunidade de Porto Alegre.
Hoje,
na página 7 do Correio do Povo, tem a publicação de uma tabelinha, bem
curtinha, que acho que mereceria estar colocada na primeira página, Ver. Dr.
Raul. Ela fala sobre a distribuição da carga tributária do Brasil. Refere-se a
um estudo do IPEA, Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada, um órgão federal
insuspeito. A leitura dessa tabelinha nos leva às seguintes conclusões: que o brasileirinho,
com renda mensal de até dois salários mínimos, recolhe mensalmente 53,4% da sua
renda como tributos. Vale dizer, Ver. Dib, esse brasileiro trabalha 197 dias
por ano para pagar imposto. A mesma tabela faz várias considerações e conclui
dizendo que quem ganha mais de 30 salários mínimos - não mais do que 1% ou 1,5%
da população brasileira assalariada - contribui com 29% da sua renda para
tributo. Isto é, ele trabalha 106 dias por ano para pagar imposto. E o pobre, o
que ganha até dois salários mínimos, trabalha 197 dias, ou seja, três vezes a
mais. Esse é o caráter perverso de uma tributação injusta, algo que vimos
denunciando há mais tempo.
Agora,
por exemplo, o Governo faz muito barulho em torno de uma medida que reduz em 6%
a tributação sobre veículos automotores, algo que foi lançado para assegurar a
produção na indústria automobilística, para que não houvesse desemprego, e isso
- Ver. Airto Ferronato, que é um estudioso da matéria - não representa nem
sequer 1% do PIB brasileiro e 1% do conjunto da tributação, que subiu de 2004
para 2009. E quem diz não é o Pujol, que é dos Democratas e da oposição; quem
diz é um órgão oficial do Governo - o percentual subiu, de 2004 para
2009, de 32,8% para 36,2%.
Eu quero, Sr. Presidente,
neste meu pronunciamento, dizer que este País não pode ser decantado em prosa e
verso como essa maravilha que é decantada nos dias atuais. A estabilidade
econômica - iniciada no Governo Fernando Henrique e em boa ora mantida durante
os dois períodos da Administração de Luiz Inácio Lula da Silva - é conseguida
com essa realidade, porque, enquanto reduzem o IPI dos veículos automotores,
sobe o Cofins, sobe a contribuição sobre o lucro líquido das empresas; dão com
uma mão e tiram com outra.
O brasileiro continua
pagando a mais escorchante carga tributária que se tem conhecimento no mundo
moderno, parece até os tempos feudais, em que o senhor do feudo tomava a metade
da produção dos seus clientes, dos seus protegidos, diga-se de passagem. Essa é
uma dura realidade, sobre a qual não podemos ficar apenas na reflexão, é
preciso, Ver. Bernardino, V. Exª é o paladino dessa causa, que a gente vá mais
longe nas nossas andanças, para que se restabeleça a justiça da tributação
neste País.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, também dedico esta Liderança - agradeço à minha Bancada e à Verª Maria
Celeste, Líder - à questão dos municipários. Esta Câmara recebeu os
municipários após uma assembleia na semana passada. O apelo que os municipários
faziam a esta Casa era no sentido de intermediarmos as negociações de maneira a
haver avanços. Na Reunião de Mesa e Lideranças - e pude chegar de uma
representação que estava e acompanhar - colocaram que não entendiam como podiam
aceitar um parcelamento da inflação devida estabelecida em lei no reajuste
anual. E mais do que isso: o Governo não só tinha retirado a proposta de
reajustar o vale-refeição, quando voltou à proposta, como propôs uma redução
dos valores do vale e da hora extra; não só não quis reajustar como quis
reduzir. E mais: estavam enfrentando o problema da retirada da insalubridade de
40% do HPS.
Ora,
os municipários faziam um apelo, e o nosso Presidente, que tem sido exemplar em
acolher todas as demandas, em buscar e estabelecer pontes, comprometeu-se com
uma intermediação em uma reunião entre Governo e municipários. E essa reunião
aconteceu na semana passada, na quinta-feira... Eu diria “não” aconteceu, pois
fiquei extremamente decepcionada, porque a postura do Secretário Clóvis -
portanto, do Governo perante esta Câmara - foi uma postura autoritária, uma
postura desrespeitosa. Ele sentou dizendo que não estava autorizado a avançar
em nada, a fazer nada, a dizer nada! Inclusive, ele não disse nada, nem sequer
explicou por que estaria reduzindo o valor do vale, ou sustentou as finanças,
ou fez qualquer argumentação. Apenas fez uma demarcação, e desrespeitosa, na
minha avaliação, com a nossa Casa. Talvez alguém tenha pensado que a Câmara só
queria cumprir um protocolo e dar uma “satisfaçãozinha” aos municipários. Eu
tenho certeza de que não é a postura dos Vereadores. Nós tentamos que o diálogo
se estabelecesse, e não foi possível! Infelizmente, lamento a postura do Líder
do Governo, que interditava a palavra dos Vereadores e dizia que ali não era
fórum para levantar temas relativos aos municipários. E o Presidente da Câmara
e os Líderes estavam preocupados em dar encaminhamento, que não se realizou
naquela reunião. O Governo, acintosamente... Não na pessoa do Sr. Rios, que até
construiu algumas explicações, mas o Secretário de Gestão, que disse que estava
ali para não fazer nada, nada, que tinha sido convocado, mas, na verdade, não
foi convocado. Ele deixou muito claro que estava ali porque havia sido
convocado. E teve uma postura de nada responder e de tentar, inclusive,
censurar falas de Vereadores. Mas depois ele recuou.
Imagino como a Diretoria
do Sindicato enxergou a nossa Casa! Claro que confirmou uma postura de não
diálogo, apesar de o Secretário dizer que estava dialogando, confirmou uma
postura de não diálogo do Governo, ou dos representantes do Governo. Por outro
lado, isso não ficou bem para a nossa Casa, porque, diferente de muitos
momentos - como a Audiência Pública da Hípica ontem, onde nós insistimos, onde
o Presidente insistiu, foi tirando todas as dúvidas, foi construindo
compromissos, assim como tem sido em todas as reuniões -, na reunião com os
municipários, fomos interditados de fazê-lo pelo Secretário Clóvis Magalhães e
pelo Líder do Governo nesta Casa, Ver. Valter Nagelstein, que queria encerrar a
reunião recém-começada. E eu fiquei com vergonha dos municipários. Porque esta
Casa ou é ou não é protagonista das políticas públicas.
Então,
a minha solidariedade ao Presidente da Casa, que tem tido uma postura exemplar
em todos os encaminhamentos, Ver. Sebastião. Acho que temos de nos inspirar na
gestão de V. Exª, como nas gestões dos nossos valorosos Vereadores, como a Verª
Maria Celeste. Acho que o Governo desrespeitou a Casa naquele momento, e os
municipários mereciam mais respeito.
Encerro dizendo que
concordo com o Ver. Dib, claro que não é simples. Não se governa olhando
linearmente os números, porque são outros compromissos que se tem, mas a margem
prudencial do gasto com pessoal está bem boa. O comprometimento da Prefeitura
com pessoal é em torno de 43%. Bem longe da margem de 52% da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Não há como aceitar e não entender que os municipários
estejam em luta. Amanhã é o dia de paralisação, e o serviço público vai sendo
prejudicado, porque é um escândalo dar 1% de reajuste numa legislação de
reajuste anual. Quando o salário mínimo sobe acima da inflação, quando o
salário regional sobe acima da inflação, quando muitas categorias recuperam
perdas, os municipários têm de parcelar a reposição da inflação, quando há
folga, sim, senhores, em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal e há
recursos, sim. O Governo fez outras opções de gastos, com os quais não
concordamos, gastos exagerados para atividades meio, foi o que nós pontuamos. Então, mais respeito, por parte do Executivo,
com esta Casa e com os municipários.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Apregoo o Memorando nº 034/09, solicitando que o Ver. Paulinho Ruben Berta
represente a Casa na posse do Deputado Estadual Paulo Odone, amanhã, às
10h30min, no Palácio Piratini, na Secretaria Extraordinária da Copa do Governo
do Estado.
Apregoo a Emenda nº 04 ao
PLE nº 041/08, Emenda de autoria do Ver. Mauro Zacher, cujo teor é o seguinte:
“Art. 2ºA - Os recursos obtidos com a venda das áreas relacionadas no referido
Projeto servirão para a desapropriação e retomada da área do Pontal do Estaleiro”.
O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, em primeiro lugar, Sr. Presidente, quero o cumprimentar pelo
balanço que fez do semestre. Eu me somo à fala de outros Vereadores, do ilustre
Ver. Ervino Besson e de tantos outros que subiram a esta tribuna para fazer
justiça em relação à Presidência, à gestão de Vossa Excelência. Nós tivemos,
sim, um primeiro semestre muito profícuo com a mediação de Vossa Excelência. Eu
tenho enorme orgulho de ser seu correligionário, companheiro de Partido, um
Partido de tantas lutas, como é o nosso PMDB, ao longo da história da
redemocratização brasileira, da construção da nossa Constituição de 1988. E
saiba V. Exª, Sr. Presidente, correligionários seus, que compartilhamos dessa
mesma ideia, V. Exª é e tem sido um dos protagonistas mais importantes não só
em Porto Alegre, no nosso Estado do Rio Grande do Sul - e por que não? - na
Federação brasileira, já que o nosso Estado, sabidamente e felizmente, é um dos
Estados que ponteiam o processo do desenvolvimento nacional. Vossa Excelência
tem sido um político de escol, tem orgulhado os seus correligionários, os seus
companheiros de Partido e, da mesma forma, agora, a nossa Egrégia Câmara de
Vereadores de Porto Alegre. Então, quero o cumprimentar pela gestão, pelo
primeiro semestre que nós concluímos, e agradecer muito a todos os Vereadores e
Vereadoras, independentemente do Partido ou da posição política que
representam.
Aproveitando
o balanço de V. Exª, Sr. Presidente, quero dizer, Srs. Vereadores, que nós
apreciamos mais de cem Projetos neste primeiro semestre. É uma marca
extremamente importante, acho que precisa ser, Ver. Chiodo e Ver. Cirilo,
reconhecida pela sociedade porto-alegrense. Nós apreciamos, Sr. Presidente, 34
Projetos oriundos do Executivo, Dr. Raul, que é nosso companheiro também do
PMDB; apreciamos sete Vetos, desses apenas um Veto foi rejeitado, o Projeto da
Arena do Grêmio; e dos colegas Vereadores foram votados neste Legislativo mais
de 60 projetos, Ver. Pujol. Portanto, nós concluímos nesta Sessão desta
quarta-feira, dia 1º de julho, o primeiro semestre, com mais de cem Processos
votados no Plenário desta Casa. E, como disse o Presidente, Ver. Sebastião
Melo, todos eles do estrito e do mais alto interesse da sociedade
porto-alegrense, Ver. Beto Moesch.
Então,
é um reconhecimento que é necessário, que é imperioso, que é coletivo. Como diz
o Presidente, num momento difícil da quadra política brasileira é importante
que nós nos valhamos deste espaço privilegiado que é a tribuna, que é o
parlatório, que é o microfone, que é a TVCâmara, exatamente para prestar contas
aos nossos co-cidadãos, aos porto-alegrenses. E não só no Plenário esses mais
de cem Projetos foram apreciados e foram votados, e foram emendados, e foram
discutidos, mas nas reuniões temáticas, nas reuniões conjuntas das Comissões,
como é o caso da CCJ, que eu tenho a honra de presidir, juntamente com diversos
colegas Vereadores, Ver. Luiz Braz, Ver. Nilo Santos, Ver. Mauro Zacher, Verª
Maria Celeste, nós apreciamos mais de 120 Projetos neste primeiro semestre. São
informações importantes, é uma prestação de contas importante que nós, como
agentes públicos, como homens públicos que perseguimos uma realidade melhor na
nossa Cidade e no nosso País, temos a obrigação de informar à sociedade.
Quero dizer que tenho profundo respeito pela fala
do insigne, do ilustre Ver. João Dib, nosso decano, exemplo de vida pública,
homem probo, homem reto, homem íntegro, Vereador desta Cidade por tantas
Legislaturas, Prefeito da nossa Capital com muita competência. Tenho certeza de
que precisamos ter a humildade de recolher os ensinamentos que o Ver. João Dib
nos traz, precisamos fazer a devida reflexão sobre a sua fala, sobre as suas
observações e buscar melhorar, porque é lícito, Ver. João Dib, o erro; todos
nós, falíveis que somos, humanos que somos, cometemos os nossos equívocos e os
nossos erros. O que não é dado a nenhum de nós - atenta, inclusive, contra a
dignidade humana - é insistir e permanecer no erro, como infelizmente, às
vezes, certas visões políticas insistem e teimam em fazer. Nós não temos esse
defeito, graças a Deus! Então tenha certeza, V. Exª, que serão recolhidas as
suas manifestações no sentido de fazermos aquele exercício que é tão
importante, para que possamos aperfeiçoar o exercício da gestão, que a
população de Porto Alegre tão honrosamente nos concedeu.
Lembro que V. Exª, com muita honra para todos nós,
para mim, como Líder do Governo, faz parte da nossa base, dos nossos, hoje, 26
Vereadores que compõem a base do Governo. Vossa Excelência nos ajudou, como
cada um desses 26 Vereadores, a construir esse escore realmente impressionante,
de termos votado estes Projetos do Executivo, de termos votado as proposituras
de V. Exª, Ver. Paulinho Ruben Berta, e de todos os Vereadores, de termos
conseguido apreciar no Plenário deste Legislativo mais de cem Projetos de Lei.
Concluo, Sr. Presidente, só para dizer que, de
forma alguma, houve desrespeito à Presidência e a V. Exª quando da reunião dos
municipários. Tenho certeza de que V. Exª sabe disso, aqui veio o Secretário
trazer informações. O que este Vereador, na condição de Líder de Governo, Srs.
Vereadores, especialmente os da nossa base, não permitirá, enquanto for
Líder... Porque não me elegi sendo Líder, a Liderança é uma circunstância
absolutamente passageira e transitória, só serei Líder enquanto o Prefeito
assim o quiser. Mas, enquanto eu estiver exercendo a função de Liderança do
Governo, Ver. Pujol, serei absolutamente diligente com as minhas obrigações,
não vou permitir que manobras oportunistas que insuflem conflitos que não
existem venham atrapalhar a mesa de negociações democrática, plural, franca que
está se estabelecendo entre o Executivo Municipal e os servidores do Município.
Temos o maior respeito pelos servidores do Município, mas, além das questões
dos servidores do Município, existem as questões maiores de Porto Alegre e de toda a sociedade
porto-alegrense. Ver. Luiz Braz, quando nós olhamos para isso, não podemos
olhar uma categoria, por mais importante que ela seja, nós precisamos olhar, de
forma generosa, o conjunto da sociedade porto-alegrense. Muito obrigado, Sr.
Presidente; muito obrigado, Srs. Vereadores, e parabéns pela construção que
fizemos ao longo deste primeiro semestre neste Legislativo Municipal.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, também subo a esta
tribuna, em nome da liderança do Partido dos Trabalhadores e em nome da
Liderança de oposição, para fazer um breve e rápido levantamento das ações do
Executivo local nesses seis meses de Governo. É lamentável a gente verificar o
quanto há omissão do Executivo local, e isso ficou muito claro na fala do Ver.
João Antonio Dib, quando reitera a necessidade de uma posição do Governo sobre
a questão do aumento dos municipários. E lamento perceber que o Líder do
Governo nesta Casa, que poderia promover o diálogo, a integração e a vontade
política de, de fato, atender a uma categoria que veio a esta Casa pedir ajuda
a todas as Bancadas e a todos os Vereadores - e não é a primeira vez que a
categoria faz isso -, não produz, não reproduz a vontade e a necessidade de um
acordo político ser estabelecido.
Agora,
muito me admira que o Secretário do Governo, que veio a esta Casa, desmoralize
a Câmara Municipal, dizendo que não tinha condições de fazer nenhuma
interferência, nenhuma proposição, tendo em vista que não é o local adequado a
Câmara Municipal ou aquele fórum, aquela reunião, naquele dia, para avançar na
questão das negociações. É de se admirar essa postura de um Secretário que está
lá no Governo para dar conta dos problemas da Cidade. Mas também não dá para se
admirar, porque o próprio Prefeito silencia em temas importantes da Cidade. Não
é a primeira vez que o Prefeito se esconde atrás de um Secretário e torna o seu
silêncio público, o que, para nós, muito nos entristece. Foi assim na questão
do Projeto do Pontal: o Prefeito silenciou! Primeiro, ele vetou a matéria,
mandou o Projeto para esta Casa, silenciou sobre a questão e, agora, mandou à
população, através de uma consulta popular, para que ela decida sobre temas polêmicos como o
do Pontal.
E silencia no Projeto dos bares, aprovado por esta
Casa. Eu quero dizer que fui uma das Vereadoras que votaram contra o Projeto,
mas não é possível, é inadmissível que o Prefeito não se posicione a respeito
de uma matéria votada na Câmara Municipal, fazendo com esta Casa esteja caindo
no ridículo perante a sociedade. Por quê? Porque o Prefeito, mais uma vez, se
cala diante de temas polêmicos. Ou quem responde é o Vice-Prefeito, quando há
polêmica na Cidade, e assim o faz através de todo o Projeto da Copa de 2014. Ou
ele manda para a Câmara Municipal responder sobre as questões, como é o Projeto
do Pontal, como é o Projeto dos bares e agora envolve inclusive a população nessa
decisão. Silencia quando a oposição faz reiteradas denúncias aqui de corrupção
na Saúde, inclusive pedimos uma agenda com o Sr. Prefeito há mais de 30 dias,
Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein. A oposição pediu uma agenda com o
Prefeito para que ele se manifestasse, colocasse a sua opinião sobre as
denúncias reiteradas na Cidade, e há 30 dias temos o silêncio do Gabinete do
Prefeito, sequer retorno ele dá para a Bancada de oposição.
É lamentável o silêncio do
Prefeito em relação a um Decreto que a Câmara Municipal solicitou, através da
Comissão de Diretos Humanos, há mais de 40 dias, no sentido de determinar
calamidade pública na Vila Chocolatão, podendo, para tanto, a CEEE ali instalar
a iluminação pública tão necessária, mesmo que de forma provisória. E até o dia
de hoje, senhoras e senhores, pasmem, o Prefeito não deu retorno à Comissão,
não deu retorno a esta Casa, não deu retorno a esta Vereadora e muito menos à
comunidade da Vila Chocolatão.
Lamentamos essa posição,
lamentamos o silêncio de um Prefeito que deveria estar agindo em prol da
Cidade. Lamentamos o seu silêncio quando o Conselho Municipal de Saúde rejeita,
mais uma vez, o relatório da prestação de contas que foi apresentado na semana
passada. E não digam que o Conselho é ideológico, não falem que há uma posição
ideológica na Cidade, porque nem mesmo os representantes da Secretaria de Saúde
votaram favorável à prestação de contas da Secretaria de Saúde no relatório
apresentado em 2008. Portanto, não é uma questão ideológica; é uma questão de
atitude! Está faltando atitude ao Prefeito Municipal, que joga para cima de
seus Secretários uma responsabilidade que é sua, ou então joga para a Câmara
Municipal uma responsabilidade que é sua. Os Vereadores desta Casa trabalharam
diuturnamente neste semestre pela construção e pela resolução dos problemas da
Cidade. Nós não nos omitimos! Esta Casa tem atitude, esta Casa precisa ser
respeitada! Agora, é necessário que o Prefeito, mais do que nunca, saia do
silêncio, aja em relação à Cidade e cumpra o papel para o qual foi eleito, de
gestor público nesta Cidade. Eu quero lamentar - venho reiteradamente falando
aqui - que a Secretaria da Saúde não tenha gestor público. Mas, agora, diante
de tanto silêncio em temas tão importantes como este, eu quero lamentar que não
haja gestor público na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu confesso que hoje estou tenso, porque Porto Alegre orgulhosamente - me
permitam falar 30 segundos sobre futebol, Adeli, Oliboni, Valter, Brasinha - é
a capital do futebol. Não temos nenhuma cidade no mundo com duas forças, com
essa rivalidade, decidindo em meio de semana, na quarta e na quinta-feira, dois
fatos importantes, que é ser Campeão do Brasil - o Internacional, hoje -, e o
Grêmio passar amanhã para a final e ser tricampeão da Libertadores. Nenhuma
cidade no mundo, nem Madri, nem Rio, nem Belo Horizonte, nem São Paulo - e
todas com proporções de números maiores de clubes. São Paulo, por exemplo,
entra com quatro ou cinco, mas não tem essa representatividade. Então, estou
muito orgulhoso por causa disso e estou em alta tensão.
Mas
eu não poderia deixar de subir a esta tribuna depois que falou o Presidente da
Casa - eu me considero uma espécie de padrinho do Tião Goiano. Quando ele foi
Presidente da Casa pela primeira vez, eu acompanhei - todos acompanhamos - o
seu trabalho, e o Sebastião Melo - quando eu falo Tião Goiano é uma forma
carinhosa, pois dirijo-me aos amigos de forma especial - fez uma administração
que lhe deu condições, pela unanimidade dos Vereadores, dos que estavam aqui e
dos que chegaram, de continuar administrando a Casa Legislativa de Porto
Alegre. E, quando ele disse que temos orgulho da Casa, isso não é demagogia,
não é usar palavras enfeitadas, tipo Sarney ou Lula - Lula defendendo o Sarney
é um negócio meio gozado -, é sinceridade, é transparência.
Temos
aqui a Bancada da oposição num comportamento fantástico - claro que de vez em
quando temos algumas rusgas, alguns desacertos, mas tudo o que faz parte do
Parlamento, nada de ultrapassar. E as contas todas abertas. Enfim, a Casa
Legislativa de Porto Alegre é um orgulho para todo o Brasil. É ou não é, Verª
Maria Celeste? A Vereadora, ao passar como Presidenta da Casa, também fez uma
administração das mais proveitosas e brilhantes, a exemplo do Ver. João Dib,
enfim, de todos os que passaram por aqui.
Mas
hoje eu falo deste rapaz, que veio de Piracanjuba, que começou lá na Ceasa e
que vai para seu quinto ano como Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, orgulhosamente, para mim. Quinto ano, não é? O Lula teve direito a duas
administrações - não tem direito à terceira, mas a duas ele teve; o Fernando
Henrique teve, acho que todos têm direito a duas vezes. Bi, tudo bem; agora, o
tri é meio xarope, já tem cheiro de sovaco de Hugo Chaves - não que eu tenha
chegado ali, mas aquelas coisas entranhadas... Esse outro negócio que aconteceu
em cima, as Forças Armadas chegarem... Nada disso ocorre aqui no Brasil, nós
estamos plenamente conscientes da nossa democracia, e é graças a ela que
estamos descobrindo todos os podres que possam existir na política. E como
existem!
Agora,
vamos deixar de pensar que é só na política que existem essas coisas. Não é.
Temos um segmento empresarial neste País que tem vícios terríveis, vícios
monumentais, porque aquele que corrompe é igual ao que é corrompido. Ou não?
Parece-me que há um relacionamento bem direto sobre isso. É ou não é, Ver.
Todeschini e meu querido DJ Cassiá? O Ver. Cassiá brilha intensamente na
presidência da Comissão, ele estreando como Vereador, é uma das gratas
revelações deste Legislativo.
Estou
aqui para, em nome do PMDB, cumprimentar o Tião Goiano, o nosso Sebastião Melo,
e repetir o que digo permanentemente: que um dia o verei Prefeito Municipal de
Porto Alegre. Se todos nós na política temos direito a formar grupos, eu escolho
o meu grupo: estou me aliando ao Sebastião Melo, sou alinhado ao Záchia. Não
gosto de outros pela forma de trabalhar e até poderia dizer: do Padilha eu não
gosto; não gosto do outro rapaz de Santa Maria, sabe como é? Mas eu não vim
aqui hoje para enumerar as pessoas... Do Sarney, evidentemente eu não gosto; tem um
outro lá, aquele que namorou uma mulher bonita e fez loucura por causa dela: o
Renan, da mulher bonita e tal, o dinheiro da gente...!
Mas isso não é o caso. Eu quero cumprimentar o
Sebastião Melo, cumprimentar todos vocês e pedir antecipadamente desculpas por
algumas rugas que, evidentemente, nós temos por aqui. Mas, com certeza, o
trabalho dos 36 Vereadores e da Presidência desta Casa é para que a
transparência esteja acima de tudo, na figura representativa da dignidade do
meu amigo Pedro Ruas, a quem eu disse que, se não houvesse alguma coisa
realmente de concreto nas denúncias, eu iria pedir providências. Mas hoje já se
sabe que há um manancial para, pelo menos, chacoalhar e ver o que sai dali!
Tem! Tem!
Então, hoje em dia, já estou naquela de
simplesmente aguardar o tempo passar, porque também na política o tempo passa!
E, no futebol, o tempo passa! E a minha expectativa de hoje para os colorados é
de que aos 47 minutos do 2º tempo o Internacional faça 4x1 em cima do meu
Corinthians; e, amanhã, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, do Alceu Brasinha,
faça, aos 50 minutos do 2º tempo, José Tarciso de Souza Flecha Negra, os 2x0 em
cima do Cruzeiro de Belo Horizonte. Com todo o respeito a Belo Horizonte e a
São Paulo, mas os gaúchos vão pegar de novo, porque é do futebol que a gente
leva a nossa brincadeira e o nosso embalo para amenizar os problemas que temos.
E quem não os tem?
Parabéns, Presidente Sebastião Melo! Quero vê-lo na Prefeitura. Pode guardar para mim qualquer coisinha lá que eu agradeço, porque eu posso ter parado com a política, porque a gente vai calejando aqui na política. A gente vê tanta coisa, por exemplo, ligar para um Secretário da Prefeitura que é do seu Governo... Eu liguei ontem, às quatro horas da tarde, para um deles e estou esperando a resposta até agora! Se ele não me responder - é simples, é sim ou não, não é interesse meu: é interesse dele, que administra a Cidade e é uma das peças importantes do nosso Governo - eu vou dizer o nome dele. Mas em função disso é que eu estou pensando: lá na frente, eu posso deixar de ser político, mas posso ser um excelente assessor do Prefeito Municipal Sebastião Melo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Ver. Haroldo.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião
Melo; Vereadoras, Vereadores, na nossa última Sessão de votação da Casa deste
semestre antes do recesso, também o PSOL cumprimenta as Vereadoras, os
Vereadores desta Casa e S. Exª o Presidente. Faço o registro do nosso orgulho,
meu e da Verª Fernanda Melchionna, de partilharmos o dia a dia dos debates e
votações legislativas na nossa Capital.
Por outro lado, dou o relato, Presidente, da estada
do PSOL ontem, em Brasília, quando fizemos o protocolo de um pedido na Comissão
de Ética do Senado para exame da conduta do Presidente José Sarney, conduta
como Presidente e como Senador. Na verdade, não apenas dele, mas também do
Senador que o precedeu na Presidência, Renan Calheiros. Do nosso ponto de
vista, do ponto de vista do PSOL, essa ação é muito importante. E não é apenas
o PSOL que fez esse tipo de pedido, outros Partidos também o fizeram e, do nosso
ponto de vista, corretamente. Mas entendemos que, por uma série de fatores,
talvez algumas coincidências, nesse período da presidência do Senador José
Sarney, o Senado atingiu o seu ponto mais baixo na credibilidade ou na antiga
respeitabilidade da opinião pública.
Para todos nós, hoje é motivo de vergonha a atuação
do Senado Federal. Mas nós não partimos, pura e simplesmente, Verª Fernanda
Melchionna - com quem debatia este tema, Vereadoras e Vereadores -, para o
pedido de extinção daquela Casa Legislativa. Não é assim que se faz, mesmo que
o Senado - que é uma instituição que sequer é republicana; o Senado é uma
instituição da monarquia - tenha e possa ter quase todas as suas funções
contestadas e/ou exercidas pela Câmara dos Deputados. Não é por que há
problemas gravíssimos que se pede, pura e simplesmente, a extinção daquela Casa
Legislativa. Senão, teríamos, em breve, pedidos de extinção para outras e
outras tantas Casas Legislativas, para os Poderes, enfim. Nós temos que ter
clareza de que, na determinada conjuntura em que se vive, no momento de hoje, o símbolo da Presidência do Senado é o
pior possível - o pior possível! -, e isso é trágico para a democracia, isso é
trágico para as instituições, isso é trágico para a República e é trágico para
quem quer que o povo avance na sua organização e que possa chegar a ter, ele
próprio, representação digna e correta nas Casas que nós integramos. Por isso
fizemos esse pedido, temos certeza de que o exame da atuação do Senador José
Sarney, como Presidente da Casa e como Senador, deve levar, num primeiro
momento, à sua saída e, num segundo momento, ao questionamento do seu próprio
mandato no Senado Federal.
E
é importante, Vereadores e Vereadoras, que cada um de nós, da sua forma, possa
contribuir para o aperfeiçoamento das instituições democráticas, porque não é
apenas uma vontade nossa, é, muito mais do que isso, uma obrigação que cada um
de nós tem. Cada um de nós representa uma parcela importante da população de
Porto Alegre e cada um de nós tem, em relação ao seu Partido, a sua história na
política, obrigações que vão além da simples vontade de cada um. O protocolo,
ontem, do pedido de representação que o PSOL fez me deu muito orgulho, porque
nós mostramos que temos esse compromisso, sabemos das nossas obrigações e vamos
até onde for necessário, em qualquer instância e com qualquer risco para
cumprir essas obrigações. O nosso Partido não surgiu no cenário nacional de
graça, à toa, desnecessariamente; nós surgimos porque havia uma conjuntura que
estabelecia a necessidade de um Partido com esse perfil, com essas
características. E, lá em Brasília - concluo, Presidente -, tivemos a
demonstração, pelas manifestações de quem acompanhou o nosso movimento e pelo
que foi dito pela nossa Liderança maior no País, Heloísa Helena, de que
trilhamos o caminho certo, de que o nosso papel a ser cumprido está sendo, de
forma humilde e com muito esforço, desempenhado por nós. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Havendo quórum, passamos à
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero agradecer a compreensão das
Bancadas sobre o encaminhamento da mudança regimental. Há um acordo de que,
relativamente ao nosso Regimento, nós votemos apenas o Projeto. Sobre as
Emendas, eu solicito, Dr. Luiz Afonso, que se proceda, regimentalmente, à sua
retirada, já que todos os Vereadores concordaram em retirá-las.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, de retirada de
tramitação das Emendas n° 01, n° 02, n° 03, n° 04 e n° 05 ao PR nº 020/09.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2784/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/09, de autoria da Mesa Diretora, que
altera dispositivos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento
da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre
o turno de funcionamento da CEFOR e da CECE; o prazo para a apreciação dos
pareceres no âmbito das Comissões Permanentes; a comunicação à CCJ dos Pedidos
de Informação não atendidos; o prazo de apresentação de substitutivos a
projetos em regime de urgência; o tempo de verificação de “quorum” para
ingresso na Ordem do Dia; o funcionamento do Período de Comunicações;
especialmente nas sessões das quintas-feiras; renovação de parte de processo de
votação mediante requerimento de vereador; justificação de falta em plenário em
caso de convocação, notificação ou citação de comparecimento pelos poderes
enumerados; e a apresentação de relatório na prestação de contas de diárias em
caso de representação ou missão externas. Com Emendas nos
01 a 05.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do
Projeto e das Emendas nos 01, 03, 04 e 05 e pela rejeição da Emenda
nº 02.
Observações:
- votação nos
termos do art. 126 do Regimento da CMPA;
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, II, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o PR n° 020/09.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.
Quero agradecer o acordo,
especialmente agradeço ao Ver. Reginaldo Pujol, que contribuiu. Irei colocar em
votação as Emendas, transformadas em Resolução, até o dia 15 de agosto, para
garantir o debate.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 093/09 – (Proc. Nº
2954/09 – Ver. Dr. Thiago Duarte) – requer
seja constituída a Frente Parlamentar Antidrogas.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento nº 093/09. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 093/09.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE:
Ilustre Presidente, Ver. Sebastião Melo; a iniciativa da proposição da Frente
Parlamentar Antidrogas vem como eco da grande discussão social que se tem feito
com relação às drogas, em função dos crescentes índices de drogadição.
É
fundamental que o Poder Público possa discutir de forma ampla com a sociedade
civil, principalmente com a sociedade civil organizada, alternativas para o
problema da drogadição. Famílias se desestruturam, a criminalidade aumenta, a
evasão escolar tem sido uma constante, sem falar da questão secundária que
transita, principalmente com relação ao elevado número de acidentes de
trânsito. Vivenciamos, Dr. Raul, eu e V.Exª, no nosso dia a dia, o problema da
drogadição e não podemos assistir a essa degradação sem lutar, sem nos
indignar.
A
Frente Parlamentar Antidrogas - e conto com o auxílio de todos os colegas - tem
como objetivo combater, informar, prevenir e propor saídas para a questão da
drogadição. É importante que sejamos multiplicadores dessas ideias. É importante
que, de forma democrática e multipartidária, possamos construir alternativas
para isso. Aqui cito talvez a principal ou a que tem sido mais divulgada ou a
que tem a maior repercussão dentre todas as drogas - é importante que possamos
estudar as questões de todas as drogas, mas eu me fixo em uma que, ontem, foi
matéria de televisão -, que é o crack. Basicamente, duas situações estão
envolvidas nas mortes oriundas da drogadição pelo crack. A primeira
situação é daquele indivíduo que vai em busca do dinheiro, em busca do recurso,
para poder sustentar o seu vício. Esse, muitas vezes, se vincula a grupos de
traficantes, a grupos de usuários e acaba morrendo por ser devedor ou estar
roubando para ter o recurso para a droga. A segunda situação é daquele grupo
que está surtado, na gíria do traficante, Paulinho, “está espiado”, está com
delírio persecutório: ele acha que as pessoas que chegam perto dele ou vão
matá-lo ou vão prendê-lo, e aí, muitas vezes, ele mata ou é morto em função
disso.
Os
que puderam ouvir a respeito do caso ontem certamente se emocionaram com a
manifestação daquela mãe do bairro Tristeza, onde moro, um bairro de classe
média. Hoje o crack, infelizmente, é extremamente democrático, ele não
tem classe social, ele não tem cor, não tem credo. Então, aquela mãe de classe
média, classe média-alta se viu embretada numa situação “x” e acabou matando o
seu filho.
É
importante que essa Frente entre em coalizão com as outras já existentes na
Casa, a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, da Verª Maria Celeste;
a Comissão de Direitos Humanos, representada pelo Ver. Toni; a Comissão de
Educação, representada pelo Ver. DJ Cassiá, e possa fazer uma construção
democrática disso. É fundamental que nós possamos construir uma frente ampla de
discussão, uma frente democrática que leve para as comunidades a discussão, que
discuta nas comunidades o problema específico da droga naquela comunidade em
relação à sua população e que possa ter cada um dos Vereadores que dela vão
participar como protagonista do processo. Que cada Vereador que participar
possa fazer na sua comunidade, ou na sua área específica de atuação, uma
discussão específica, democrática, multipartidária. E que possamos, sim, ao
final disso, propor soluções ou encaminhamentos, pelo menos, para minimizar o
problema.
Aproveitando,
fizemos quatro Emendas ao Orçamento, elas não criam nada de novo, simplesmente
implementam ações do Executivo que já estão acontecendo. As quatro estão
vinculadas à drogadição: uma aumenta o recurso para a equipe de redução de
danos; outra aumenta o incentivo para programas já existentes de prevenção e
drogadição; outra aumenta o recurso para programas existentes de internação e
de tratamento e, por fim, uma última, que prioriza a questão da redução da
exploração sexual, que está vinculada diretamente à drogadição. Muito obrigado,
conto com a parceria e a ajuda de todos os colegas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu só gostaria de fazer um registro. Que
ficasse consignado, Sr. Presidente, que nós fizemos aqui uma Audiência Pública
para tratar do assunto da Vila Mauá - foram vários Vereadores lá. Quero deixar
consignado nos nossos Anais um agradecimento ao Sr. Sérgio Campos, Presidente
da Companhia Estadual de Energia Elétrica, e ao Sr. Caio Rocha, Diretor
Financeiro, porque, anteontem, começaram a ser entregues à população da Vila
Mauá as toras para construção do pontilhão. O Ver. Toni era um Vereador
interessado nesse assunto; havia também o Ver. Dr. Raul, o Ver. Tessaro e
outros Vereadores. Então, fica aqui essa consignação e os cumprimentos à
população daquela região, que, enfim, tem uma demanda sua atendida, e muito
especialmente à CEEE, que destinou para lá postes antigos para que essa demanda
pudesse ser atendida. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento n° 093/09.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Thiago,
venho, através da Bancada da oposição - PT, PSOL e PSB -, dar apoio à
iniciativa de V. Exª na criação desta Frente Parlamentar, que vai poder
priorizar debates importantes dentro e fora desta Casa no combate à drogadição,
ao crack e a outras drogas. Nós a achamos de extrema importância, até
porque quem está propondo é o Ver. Dr. Thiago, do PDT, que também está na base
do Governo Fogaça e que, na verdade, percebe claramente o quanto temos de
investir, em Porto Alegre, na área de combate à drogadição.
Não
é por acaso que o jornal Zero Hora tem levantado esse tema ultimamente e com
muita propriedade, e todos os organismos, sejam públicos, privados ou ONGs,
estão parabenizando todos que fazem esse enfrentamento, essa discussão
política, o que vai obrigar os Governos, sejam eles federais, estaduais ou
municipais, a investirem mais na prevenção, a investirem mais no cuidado ao
cidadão. Esse cuidado vem desde uma consulta médica, em que, muitas vezes, por
exemplo, lá no Caps da Cruzeiro, o paciente tem de madrugar para poder
conseguir a consulta. Na Vila Bom Jesus, onde o grande Presidente Lula esteve,
as pessoas têm que madrugar e esperar meses por uma consulta.
Então,
com essa Frente Parlamentar, queremos mostrar para os Executivos - os
Executivos, porque os Legislativos apenas fiscalizam, mas, quando vão propor
leis, é dito que são inconstitucionais, porque é preciso destinar recursos -
que a população está desassistida ou, muitas vezes, tem o atendimento de
urgência, mas não tem a continuidade no atendimento. Se observarmos o papel dos
Caps, veremos que é exatamente o atendimento de urgência 24 horas. E, depois,
para onde vai o paciente?
Recentemente,
foram abertos 30 leitos no Hospital Espírita, Dr. Thiago, e devemos visitá-los.
Queremos saber que tipo de apoio, que tipo de política pública esse hospital
que estende a mão ao abrir 30 leitos tem quando quer dar a contrapartida. É
nesse sentido, Ver. Dr. Thiago, que nós nos prontificamos a estar juntos nessa
Frente, para poder dizer que os órgãos municipais, estaduais e federais têm que
se envolver, sim, nessa grande batalha de combate ao crack, de combate a
essa epidemia e a outras drogas que estão tirando os nossos filhos de dentro de
casa e os cooptando para o mundo das drogas. Inclusive pagam muito bem. Se os
senhores perceberem, em algumas vielas de certas vilas da Cidade, sempre há
alguém controlando quem entra e quem sai. Onde está o Poder Público, onde está
a Segurança, que pode perceber, fiscalizar ou até mesmo seguidamente adotar uma
rotina de fiscalização para saber de fato quem está corrompendo ou está
querendo cooptar os jovens para o mundo da droga?
É
de extrema importância fazermos esse debate no Legislativo, para oportunizarmos
a esse cidadão cooptado pelo mundo da droga um atendimento público gratuito e
que, logo mais, possa ter um atendimento adequado pelo Poder Público, empresas
ou hospitais conveniados pelo SUS para esse serviço - por que não? O Hospital
Espírita, por exemplo, estendeu 30 leitos pelo SUS. Nós queremos que outros
hospitais, a exemplo desse Hospital, possam criar muitas outras possibilidades
de internação e de continuidade ao tratamento, para poder então livrá-los do
mundo das drogas. Por essa razão, com certeza, estaremos apoiando esta Frente
Parlamentar e cobrando dos Executivos projetos que, de fato, deem proteção e
inclusão social aos jovens que estão sendo cooptados pelo mundo da droga. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
público que se encontra nesta Casa Legislativa, é uma honra muito grande tê-los
aqui conosco; senhores que nos acompanham pela televisão. Venho a esta tribuna,
em primeiro lugar, para dar parabéns ao Ver. Dr. Thiago Duarte por esta
iniciativa da Frente Parlamentar Antidrogas. Vossa Excelência, está de
parabéns, Vereador.
Quando
assumi, nos meus primeiros meses de mandato, propus, e esta Casa deu apoio, uma
Comissão Especial - não era uma Frente Parlamentar, mas, de certa forma, os
trabalhos, sim - sobre drogas e violência. Isso já é de uns sete anos atrás.
Fizemos, na ocasião, o rastreamento em toda a cidade de Porto Alegre, com o
apoio dos Vereadores, e lembro que o Ver. Ervino Besson foi um dos que nos
apoiaram muito na ocasião. Há sete anos, estava se iniciando a questão do crack.
Era totalmente diferente da realidade dos dias de hoje, até porque, há dez
anos, não tínhamos histórico de crack aqui no Rio Grande do Sul, estava
na nascente.
E,
como a cada ano a coisa está quase dobrando, quero parabenizá-lo, Dr. Thiago. O
senhor, como médico, melhor do que todos nós - também temos outros médicos,
como o Ver. Dr. Raul, um grande médico, um homem sempre envolvido com a área
social - sabe os estragos que a drogas causa ao corpo humano. Então, eu acho
que V. Exª, como médico, Parlamentar e Vereador, tem toda a propriedade para
isso. A nossa Bancada, a Bancada do PPS - eu quero falar aqui em nome do Ver.
Toni, do Ver. Paulinho Ruben Berta -, está muito atenta a essas iniciativas,
porque achamos, como também os demais Vereadores, que essa é uma grande Frente
Parlamentar, uma vez que a sociedade está se mobilizando e há essa grande
campanha da rede RBS: “Crack, nem pensar”. A RBS esteve aqui nesta Casa,
toda a sociedade está se mobilizando.
Há
poucos dias, representamos esta Casa em algumas ações em Porto Alegre e fora
dela; tivemos, há dez dias, um encontro de todos os Conselhos Municipais de
Entorpecentes na Cidade de Novo Hamburgo, foi um grande encontro, um grande
evento. Tivemos também, na Assembleia Legislativa, no meio da semana passada,
um encontro com várias autoridades, inclusive o Secretário da Saúde, Osmar
Terra, que colocou questões fundamentais. Está havendo uma grande mobilização e
trocas de experiências. Tivemos a “Caminhada pela Vida” na Redenção, no domingo
retrasado; a “Caminhada Municipal” e, neste último domingo, tivemos a
“Caminhada Estadual”, pelo Conen - Conselho Estadual de Entorpecente. No
Conselho Municipal de Entorpecente de Porto Alegre, o recurso que eles estão
tendo para fazer as suas ações neste ano foi uma Emenda parlamentar deste
Vereador, votada no ano passado para este ano. Então, fico feliz em saber que
os recursos que o Conselho Municipal de Entorpecentes está tendo para divulgar
as políticas neste sentido são uma verba parlamentar proposta por nós, mas é
óbvio que com o apoio de todos os demais Vereadores, porque, sem o apoio dos
senhores, essa Emenda parlamentar não teria passado.
Assim,
quero registrar aqui, Dr. Thiago, que terá o apoio da nossa Bancada e deste
Vereador; há muitos anos V. Exª sabe que eu trabalho com a recuperação de
jovens envolvidos com drogas e diariamente divido o meu tempo com o Parlamento
e com famílias que nos procuram desesperadamente buscando auxílio. Penso que V.
Exª terá um campo muito fértil para atuar. Essa questão da luta contra as
drogas passa também pela questão dos leitos, os leitos psiquiátricos, em que
precisamos investir mais. Acho que o Governo Municipal está dando um avanço
nesse sentido. Quando fizemos a nossa Comissão Especial sobre Drogas e
Violência, tínhamos só sete leitos pela porta de entrada, pelo PAM-3, e esses
sete leitos se dividiam ainda com outras questões psiquiátricas - pessoas com
demências, com outros distúrbios, outras patologias neurológicas, não por
questão de drogas -, havia sete leitos para dividir. Hoje temos outra
realidade, mas precisamos avançar muito mais. Acredito que essa Frente
Parlamentar vá dar mais um passo, e esta Casa vá contribuir. Nós, Vereadores,
vamos dar todo o apoio necessário; pode contar com a nossa Bancada. Parabéns,
Ver. Dr. Thiago, por esta iniciativa da Frente Parlamentar.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 093/09.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell. Boa-tarde a todos os Vereadores e Vereadoras,
a todos que nos assistem pela TV, que nos assistem aqui nas galerias. Meus
parabéns, Dr. Thiago. Há dez anos, quando começou a aparecer
esta droga, eu venho me perguntando o que fazer, o que buscar. Porque, nos
lugares em que trabalho, na periferia - com muito orgulho, dou muito carinho
para aquelas crianças -, eu ficava olhando e falava: “O que fazer? A droga está
chegando, está aí?” Ver. Dr. Thiago, a primeira coisa importante que ouvi é que
nós temos que ir nas famílias, temos que pegar essa criança com 4, 5, 6 aninhos
e a família. Só assim, Ver. Dr. Thiago, a gente vai conseguir amenizar um pouco
dessa droga.
Ontem eu assisti à televisão, à Rede Globo... Cara,
não chorei porque, naquela hora, endureci o coração, fui de ferro, Ver. DJ
Cassiá, fui de ferro! Depoimentos... Eu e a minha mulher estávamos vendo a
reportagem, e eu disse para ela: “Olha, tenho até medo de passar perto dessa
droga!” Essa droga, só de encostar vicia, Ver. DJ Cassiá, só de encostar! E as
nossas crianças? Em São Paulo, no Rio de Janeiro; em Porto Alegre ainda não tem
a “cracklândia”, mas em São Paulo e no Rio já tem. Então, a gente ouve os
depoimentos deles: “Eu casei com meu cachimbinho, só saio daqui no caixão!”
Depoimento da própria pessoa! Olhem, Vereadores, Vereadoras, temos que refletir
muito.
Essa Comissão está de parabéns, Ver. Dr. Thiago;
contem comigo, podem contar com este humilde Vereador, José Tarciso de Souza.
Vim de uma cidade de Minas Gerais, de uma família muito humilde. Eu procuro,
cada vez mais, com as minhas crianças, depois que termino a aula, sentar,
conversar, conversar com os pais e com as mães; porque só assim, Ver. Dr.
Thiago, a gente vai conseguir amenizar um pouco, meu querido Ervino Besson...
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estamos em
Liderança, Vereador, eu
insisti várias vezes dizendo que, no período de Comunicação de Líder, não há
apartes. Obrigado.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Desculpe-me,
Ervino, eu gostaria muito...
(Aparte
antirregimental do Ver. Ervino Besson.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estamos
em encaminhamento.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Eu gostaria
muito, Ver. Ervino.
Então,
é pena, Dr. Thiago, o senhor, que conheceu o meu trabalho, o teu irmão, que
trabalhou, V. Exª trabalhou comigo lá na escolinha, na Gauchito, o senhor sabe
a luta da sua família, a luta do seu pai ali na FASE, onde eu trabalhei também
com os infratores. Quantas vezes eu sentei com esses guris de 14, 16, 17 anos,
já infratores, tentando resgatar alguma coisa, botar alguma coisa boa naquelas
cabecinhas? Mas a gente sabe que é difícil. Onde está a raiz, é lá que nós
temos de ir, Dr. Thiago, é lá na comunidade, é conversar com os pais, com as
crianças, para que os pais possam educar essas crianças de outra forma,
levando-as para as escolinhas, levando-as para as oficinas do DJ Cássia. Essas
oficinas aí, Paulinho Ruben Berta, eu estive ali no Rubem Berta contigo,
Paulinho, nós temos que ajudar, Paulinho! Eu tenho certeza de que V. Exª é mais
um que a gente pode contar aqui também, assim como os 36 Vereadores. Dr. Thiago,
parabéns! Conte comigo.
Sr.
Presidente, só mais um minutinho, já vou encerrar. Só queria agradecer aqui aos
35 Vereadores pelo carinho dispensado. Hoje faz seis meses que estou aqui.
(Palmas.) Eu queria agradecer muito, gente, de coração, pelo carinho que vocês
tiveram comigo, agradecer à Casa, a todos os empregados aqui que me trataram
com um carinho enorme. Eu só tenho a agradecer! Quero dizer que aprendi muito,
aprendo muito com vocês - Luiz Braz, Dib, Ervino -, vocês me ajudam muito.
Gente, eu estou aqui para aprender e quero, cada vez mais, aprender para poder
ajudar a este povo maravilhoso de Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
093/09.
O
SR. DR. RAUL: Ver.
Adeli, presidindo os trabalhos; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem,
num primeiro momento quero saudar o colega médico e Vereador Dr. Thiago pela
sua proposição da Frente Parlamentar Antidrogas. Há 30 anos sou formado, não é
pouco tempo, e desde o início trabalhando com as comunidades de periferia e
convivendo com a questão da drogadição, procurando ajudar. Agora, nos últimos
anos, a questão do crack vem se avolumando. A gente vê como raiz de tudo
o planejamento familiar, e o Ver. Thiago é parceiro nessa matéria, assim como o
são os outros vinte Vereadores que fazem parte da nossa Frente em defesa do
planejamento familiar aqui da Casa, na cidade de Porto Alegre, sabemos que a
drogadição está muito ligada a essa matéria.
Para exemplificar, hoje pela manhã ainda atendi um
caso em que um rapaz, em torno de 20 anos, estava junto com a sua sogra. A
sogra dizia: “Olha, ele quer falar com o senhor.” O rapaz disse: “Olha, Doutor,
eu tenho que me internar, não tem jeito, eu uso crack, tenho um filho
pequeno.” No caso, a sogra estava adotando o casal e o filho. A jovem,
ex-usuária de crack, conseguiu deixar da droga em função da gestação,
mas está sempre ali para retornar... Estavam pedindo apoio e resolutividade.
Nós, como setor público, como entes públicos, temos a obrigação de responder à
sociedade e fazermos com que esses seres humanos realmente se recuperem, apesar
da dificuldade, que nós sabemos, pelos baixos índices de recuperação. Isso é
apenas um exemplo.
Na semana passada, nessa questão do crack,
para vocês terem uma ideia, um amigo me procurou com uma carta de seu filho
dizendo: “Pai, me perdoa; tu não sabias, mas eu estou na droga, estou no crack.
Preciso do teu apoio, preciso de internação. Me desculpa, pai. Eu te amo”. Ou
seja, a sociedade está pedindo carinho, está pedindo espaço para que essas
pessoas possam se tratar. Sabemos que as questões da drogadição vão muito além
do que simplesmente um tratamento das pessoas que são usuárias. Temos que atuar
em todos os níveis. Temos que atuar na área da Segurança, no planejamento familiar, que é de
tanta importância, porque sabemos que, se temos famílias bem planejadas, o
índice de drogadição praticamente deixa de existir. Se temos carinho com os
pais, se temos Educação, se temos acompanhamento dos filhos, muito dificilmente
eles vão entrar no mundo das drogas, seja de que classe social forem, porque,
na realidade, o carinho não está na classe social, ele está nas pessoas, está
nas famílias, independente do poder aquisitivo que cada família tenha, que cada
ser humano tenha. Nós temos que nos voltar para o nosso patrimônio maior, que é
a nossa individualidade, a nossa relação familiar, para que possamos constituir
realmente uma sociedade melhor para todos.
Essa
questão da drogadição tem que ser realmente enfrentada em todos os níveis, e
uma Frente Parlamentar não poderia deixar de se formar. Essa iniciativa vem
muito bem, pois vem de um médico que convive com o problema. Temos aqui
Vereadores mais diretamente ligados à questão da drogadição, outros menos, mas
todos, tenho certeza, são parceiros, de uma forma firme, para que consigamos
sensibilizar também, dentro dos nossos limites, os órgãos públicos e - por que
não dizer? - toda a sociedade para avançarmos nesse sentido. Está aí o trabalho
do Ver. Tarciso, do Ver. Paulinho, do Ver. Elias, do Thiago, do Ervino, da Verª
Celeste, na Frente em Defesa da Criança e do Adolescente, de todos os outros
Vereadores. Acho importante que a gente se una, Ver. DJ Cassiá, para que
possamos, de algum modo, fazer com que a sociedade melhore e que nos afastemos
das drogas. Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 093/09.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
a maioria dos nossos Líderes de Partido se manifestou anteriormente
cumprimentando as ações da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, e
eu quero também aproveitar esta oportunidade para registrar os nossos
cumprimentos ao Presidente Melo, a toda a Mesa Diretora, aos nossos
funcionários, em especial aos Vereadores e às Vereadoras que, há seis meses,
estão aqui na Câmara Municipal. Aproveito para trazer um abraço também a todos
os presentes, ao cidadão de Porto Alegre, e quero registrar que nesses seis
meses aprendi a dar uma atenção toda especial às palavras dos Vereadores Dr.
Thiago e Dr. Raul quando aqui se manifestam a respeito da Saúde Pública. São
dois Vereadores que têm especialização na área, convivem com a questão e dão,
para mim, principalmente e especialmente, muitas, valiosas contribuições.
Hoje
aqui votaremos a criação desta Frente Parlamentar. Quero dizer, em primeiro
lugar, que tenho quatro filhos - de 24, 16, 13 e 4 anos -, e a minha
preocupação maior como pai é exatamente a questão das dificuldades que se tem,
dos perigos que se enfrenta quando da viabilidade da droga. Bem recentemente,
há um mês e meio, no máximo, um traficante foi preso - comprovadamente
traficante -, e, quando ele voltou para sua casa, em liberdade condicional, os
moradores da vila o receberam com efusivas festividades, foguetes e todo o tipo
de manifestação positiva pela chegada dessa brilhante criatura que está
desestruturando as famílias e causando infelicidades a todo cidadão brasileiro.
Estamos acompanhando como a visão e as mentes dos cidadãos modificam com
algumas pequeníssimas benesses: esses traficantes dão meio quilo de feijão,
destroem a vida de milhões de pessoas, terminam com as famílias e são muitas
vezes tratados como heróis pelos próprios vizinhos. É uma meditação que
precisamos fazer. Muito bem!
Eu
sou
Vereador desde 1989 e digo, repito - é a minha posição consciente e muito
refletida: punição severa a traficantes, severíssimas punições! Eu sou
favorável à pena de morte para ladrão de dinheiro público - quem rouba dinheiro
público tira o leite, o remédio, a comida de milhares de pessoas - e para
traficantes! Não é possível que se admita, num País democrático, que pessoas
destruam a felicidade das famílias e andem por aí, às vezes, transitando em
carros belíssimos, matando milhares de pessoas, destruindo famílias e
terminando com uma vida pacífica, serena e feliz do nosso cidadão e da nossa
cidadã. Não se conseguirá diminuir a ação de traficantes com penas de dois dias
de cadeia; em três dias, eles estão de volta, a troco, vivendo com milhões de
reais, dinheiro recebido do traficante. Alguém já viu algum traficante devolver
os milhões que tirou da infelicidade do povo? Traficante precisa ir para a
cadeia, e o seu dinheiro tomado e aplicado em recursos para recuperação de
drogados. É essa a minha modesta opinião. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero aproveitar
este momento para chamar a atenção das Sras Vereadoras e
dos Srs. Vereadores: ontem, na Mesa Diretora, recebemos uma comissão para
tratar de vários assuntos: um deles é o Pisa, o Programa Integrado
Socioambiental; outro tema foi um Projeto do Governo Federal, do Ministério da
Educação, sobre a compra de ônibus escolares. Nós temos um abaixo-assinado e
combinamos ontem, entre os membros da Mesa Diretora, que passaríamos e
pegaríamos a assinatura de todos os senhores e senhoras para enviar ao Secretário
do Tesouro Nacional, o nosso conterrâneo Arno Augustin. Eu peço que as Sras Vereadores e
os Srs. Vereadores que concordarem - a Mesa Diretora tem consenso sobre o tema
- que assinem este abaixo-assinado, nós o mandaremos hoje ainda ou amanhã, no
máximo, ao Secretário Nacional do Tesouro.
O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento nº 093/09.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell;
demais Vereadores, imprensa, senhoras e senhores presentes nesta Casa, eu quero
parabenizar o meu colega Ver. Dr. Thiago por tão importante Frente, na qual
vamos discutir a questão dessa epidemia que é o crack. Sabe, Ver. Dr.
Thiago e Ver. Dr. Raul, nós, seguidamente, conversamos, quando nos encontramos,
e acabamos narrando não o que nos falaram, não aquilo que nós lemos no jornal,
aquilo que ouvimos pelo noticiário da televisão, acabamos contando um para o
outro o que vimos no dia anterior na novela real da vida. É quando você acaba
vendo, Ver. Dr. Thiago, diretamente ali, nos seus olhos, uma mãe desesperada,
um pai enlouquecido sem saber o que fazer para recuperar o seu filho, por falta
de ação dos Governos Estadual, Federal e Municipal! Salvo melhor juízo, não
existe uma política para salvar essas crianças e adolescentes, e hoje muitos
estão presos por correntes, porque as mães estão desesperadas, porque não sabem
a forma de salvar os seus filhos!
Ver. Dr. Thiago, mais uma vez, quero parabenizá-lo.
Sabe que eu tenho acompanhado vários debates, várias discussões sobre uma droga
que não existe de hoje, ela já existe há muitos anos, só que a grande mídia
tomou hoje por falar sobre essa droga, porque essa droga acabou entrando na
casa de quem tem dinheiro! Antes, Dr. Thiago, não tinha entrado na casa de quem
tem grana, só estava na
favela, só estava nas comunidades carentes, por isso não tinha visibilidade,
não se discutia. Ora! Eu só não quero, Ver. Adeli, só não quero, Ver. Thiago -
não é o caso desta Casa, não é o seu caso -, que essa desgraça, infelizmente,
sirva de palco para discurso. Eu não quero! Faço um apelo aos Governos: eu
quero ação, eu quero solução! E a solução está na educação de qualidade!
Dr.
Thiago, o senhor só é um médico conceituado hoje, porque o senhor teve uma
educação de qualidade; o senhor teve uma oportunidade. Ora, este Vereador - de
cada dez palavras minhas, nove são totalmente erradas de acordo com o Português
- quer dizer o seguinte: eu falo a língua do povo, eu falo a língua da
comunidade, ela entende o que eu estou querendo dizer aqui e agora! Verª
Juliana, o seu avô, que foi um grande lutador, deixou a marca registrada, e eu
tenho a receita: a criança e o jovem que hoje estão afundados, totalmente
afundados nas drogas, poderiam ter a salvação através da educação de qualidade,
receita que o seu avô deixou. E não só através da educação, também a cultura é
fundamental, Vereadora. Este Vereador não chegou a esta Casa através de um
diploma escrito, eu cheguei aqui através, Ver. Mauro, da cultura popular. Hoje
estou aqui e represento, porque eu tive oportunidade, porque alguém me deu
oportunidade, Verª Celeste, de, um dia, ter acesso à cultura.
Para
concluir, Sr. Presidente, eu quero fazer um apelo aos três Governos: união,
pelo amor de Deus, e solução, pelo amor de Deus! A criança começa como usuária
e acaba como funcionária do tráfico, infelizmente. “Eu só quero é ser feliz,
andar tranquilamente na favela onde eu nasci.” Parabéns, Dr. Thiago.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento nº 093/09, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade. Parabéns, Ver. Dr. Thiago.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h52min.)
*
* * * *